Resumo
O gene TP53, amplamente reconhecido como o “guardião do genoma”, exerce papel crucial na manutenção da estabilidade celular por meio do controle do ciclo celular, da indução da apoptose e do reparo do DNA. Alterações nesse gene estão presentes em aproximadamente 50% dos tumores humanos, sendo fortemente associadas à progressão tumoral e à resistência a terapias antineoplásicas. Este estudo teve como objetivo analisar o papel do TP53 como biomarcador universal na progressão tumoral e na resistência a tratamentos oncológicos. A metodologia consistiu em uma revisão integrativa da literatura nas bases PubMed, Scielo e ScienceDirect, abrangendo publicações de 2020 a 2025. Os resultados indicaram que mutações em TP53 comprometem a função da proteína p53, promovendo instabilidade genômica, evasão da apoptose e aumento da agressividade tumoral. Tais mutações estão associadas à menor resposta a quimioterápicos, radioterapia e imunoterapia, configurando-se como um marcador prognóstico desfavorável. Estudos recentes apontam avanços terapêuticos voltados à reativação da p53 ou à inibição de suas vias regulatórias, representando promissoras estratégias de medicina personalizada. Conclui-se que o TP53 é um biomarcador universal de grande relevância na oncologia, com implicações diretas na evolução tumoral, na resposta terapêutica e na individualização do tratamento do câncer.
Referências
BAHAJ, H. A. et al. New TP53 classification scheme defines distinct clinical outcomes and molecular features in myeloid neoplasms. Journal of Hematology & Oncology, v. 16, n. 1, p. 1–15, 2023. DOI: 10.1186/s13045-023-01480-y.
HERNÁNDEZ-BORRERO, L. J.; EL-DEIRY, W. S. Tumor suppressor p53: Biology, signaling pathways, and therapeutic targeting. Biochimica et Biophysica Acta (BBA) - Reviews on Cancer, v. 1876, n. 1, p. 188556, 2021. DOI: 10.1016/j.bbcan.2021.188556.
JIANG, T. et al. TP53 mutation is associated with poor clinical outcomes in patients with non-small cell lung cancer: A retrospective study. Cancer Medicine, v. 12, n. 4, p. 5447–5458, 2023. DOI: 10.1002/cam4.5447.
SUN, L. et al. Concurrent TP53 and EGFR mutations predict poor prognosis in non-small cell lung cancer patients treated with EGFR-TKIs. BMC Cancer, v. 23, n. 1, p. 10637, 2023. DOI: 10.1186/s12885-023-10637-4.
HAN, Y. et al. Impact of TP53 mutations on outcomes of ALK-rearranged non-small cell lung cancer patients under multiple lines of treatment. Journal of Thoracic Oncology, v. 17, n. 5, p. 743–755, 2022. DOI: 10.1016/j.jtho.2022.01.011.
LAN, X. et al. Concurrent TP53 and EGFR mutations in non-small cell lung cancer predict poor progression-free and overall survival under EGFR-TKI therapy: A meta-analysis. Frontiers in Oncology, v. 12, p. 857123, 2022. DOI: 10.3389/fonc.2022.857123.
LI, Q. et al. Integrative analysis of TP53 mutations in lung adenocarcinoma reveals associations with oncogenic pathways and immunotherapy response. PubMed Central, v. 18, n. 2, p. 332–349, 2023. DOI: 10.1016/j.lungcan.2023.05.006.
MDPI. Clinical relevance of TP53 mutation and its characteristics in breast cancer with long-term follow-up data. Cancers, v. 16, n. 23, p. 3899, 2022. DOI: 10.3390/cancers16233899.
SUN, L. et al. Concurrent TP53 and EGFR mutations predict poor prognosis in non-small cell lung cancer patients treated with EGFR-TKIs. BMC Cancer, v. 23, n. 1, p. 10637, 2023. DOI: 10.1186/s12885-023-10637-4.
WSG ADAPT Trial. Endocrine resistance in luminal breast cancer: TP53 mutation correlates with poor therapy response. Journal of Clinical Investigation, v. 133, n. 14, e177813, 2023. DOI: 10.1172/JCI177813.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Giulia Roberta Ribeiro Rocha , Ana Beatriz Oliveira de Melo , Maria Eduarda Bezerra do Nascimento, Mayara Leal Lima , Iasmim Marques Oliveira, Ana Laura Macedo Sokoloski, Paula Iaizzo Magalhães , Helry Anderson Martins de Andrade , Aríssia Vaz Rodrigues da Silva , Marcela Nogueira Mendes , Felipe Zuccolan Dutra