CANDIDÍASE ORAL NA UTI
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Palavras-chave

Candidíase oral. Terapia intensiva. Odontologia hospitalar. Saúde bucal. Infecções oportunistas.

Como Citar

Bringel, R. R. F., Garcia, K. F., Nogueira, B. de C., Sousa, M. E. dos S., Rodrigues, I. A., & Moreira, T. H. G. (2025). CANDIDÍASE ORAL NA UTI : PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM ODONTOLÓGICA. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(6), 331–341. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n6p331-341

Resumo

A candidíase oral é uma infecção oportunista de etiologia fúngica, causada principalmente pela espécie Candida albicans, embora outras espécies como C. glabrata e C. tropicalis também possam estar envolvidas. Sua manifestação está diretamente relacionada ao desequilíbrio do sistema imunológico e, por isso, acomete com frequência pacientes imunocomprometidos, especialmente aqueles internados em unidades de terapia intensiva (UTI). Fatores como o uso prolongado de antibióticos de amplo espectro, ventilação mecânica, corticoterapia, nutrição enteral, presença de dispositivos invasivos e higiene bucal deficiente favorecem a proliferação fúngica, transformando um microrganismo comensal em patógeno oportunista capaz de gerar complicações locais e sistêmicas.

 

Diante desse contexto, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura a fim de compreender os aspectos clínicos, microbiológicos, fatores predisponentes, formas de diagnóstico, manejo e prevenção da candidíase oral em pacientes críticos internados na UTI. Além disso, busca-se destacar a atuação do cirurgião-dentista como parte integrante da equipe multiprofissional, evidenciando sua importância na promoção da saúde bucal hospitalar.

 

A metodologia utilizada baseou-se em uma revisão narrativa da literatura, por meio de levantamento de artigos científicos, livros e documentos indexados nas bases de dados PubMed, SciELO, Lilacs e Google Acadêmico, publicados entre 2010 e 2024, utilizando os descritores: “Candidíase oral”, “Odontologia hospitalar”, “Terapia intensiva” e “Infecções oportunistas”.

 

Conclui-se que a atuação do cirurgião-dentista na UTI é essencial na detecção precoce da candidíase oral, na realização de protocolos de higiene oral e na intervenção terapêutica, reduzindo significativamente o risco de complicações infecciosas, o tempo de internação e os custos hospitalares, além de contribuir para uma melhor qualidade de vida e desfecho clínico dos pacientes.

 

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n6p331-341
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