Neuroinflamação e neurodegeneração: novos alvos terapêuticos, Alzheimer, Parkinson e doenças autoimunes do SNC

Resumo

Introdução: A neuroinflamação é um processo multifatorial que desempenha papel central na fisiopatologia das doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e as doenças autoimunes do sistema nervoso central (SNC). Caracterizada pela ativação crônica de micróglias e astrócitos, liberação de citocinas pró-inflamatórias e estresse oxidativo, essa resposta imune desregulada contribui diretamente para a degeneração neuronal e disfunção sináptica. Evidências recentes destacam que a neuroinflamação não é apenas consequência da degeneração, mas um fator causal crítico, influenciando a progressão clínica e o prognóstico dessas patologias. Objetivo: Este estudo tem como objetivo revisar criticamente os mecanismos celulares e moleculares que interligam a neuroinflamação à neurodegeneração, com ênfase nas doenças de Alzheimer, Parkinson e autoimunes do SNC, além de discutir novos alvos terapêuticos promissores e estratégias multitarget que visam modular a resposta neuroimune. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, conduzida nas bases PubMed, Scielo e LILACS, com artigos publicados entre 2020 e 2025. Foram incluídos estudos originais e revisões que abordassem os mecanismos inflamatórios e terapias emergentes em doenças neurodegenerativas. A amostra final foi composta por 10 artigos. Conclusão: Os achados evidenciam que a modulação da neuroinflamação representa um alvo estratégico no manejo das doenças neurodegenerativas. Intervenções voltadas à inibição de inflamassomas, ativação da via antioxidante Nrf2 e regulação da polarização microglial demonstram potencial para retardar a progressão da degeneração e preservar a função neuronal. As terapias multitarget emergem como alternativas promissoras por atuarem de forma sinérgica em múltiplos mecanismos patológicos. Apesar dos avanços, desafios permanecem quanto à entrega de fármacos através da barreira hematoencefálica e à necessidade de equilíbrio entre imunossupressão e neuroproteção. Assim, o futuro do tratamento dessas doenças requer abordagens integradas, que combinem farmacoterapia direcionada e estratégias não farmacológicas, com vistas a uma neuroproteção eficaz e duradoura.