Resumo
Introdução: Este trabalho realiza uma revisão sistemática da literatura sobre os avanços terapêuticos no tratamento do câncer de mama HER2-positivo, com foco na eficácia do trastuzumabe no Sistema Único de Saúde (SUS) e nas novas abordagens terapêuticas disponíveis em âmbito nacional e internacional. O câncer de mama HER2-positivo representa aproximadamente 20% dos casos dessa neoplasia maligna, caracterizando-se por agressividade clínica e menor sobrevida. Objetivo: O estudo busca compreender como a introdução do trastuzumabe transformou o prognóstico das pacientes, especialmente no SUS, e como terapias emergentes vêm ampliando as possibilidades terapêuticas. Metodologia: A metodologia consistiu em uma revisão de artigos científicos disponíveis nas bases de dados PubMed e SciELO, publicados nos últimos cinco anos, com foco em estudos que abordassem tratamentos com trastuzumabe, inibidores de tirosina quinase e conjugados anticorpo-droga, incluindo contextos adjuvantes e metastáticos. Dois estudos foram destacados: um brasileiro, que avaliou mulheres tratadas com trastuzumabe adjuvante em hospital público, demonstrando taxa de sobrevida de 85,9% após nove anos; e outro internacional, que analisou o uso combinado de trastuzumabe subcutâneo, pertuzumabe e docetaxel, com resposta clínica em mais de 75% dos casos. Resultados e Discussão: Os resultados reforçam o impacto positivo do trastuzumabe na sobrevida e na qualidade de vida das pacientes, além de evidenciar a boa tolerabilidade da terapia. As discussões abordam também o papel de terapias como o trastuzumabe deruxtecano e os inibidores de tirosina quinase (TKIs) em casos refratários ou com metástase cerebral, expandindo o arsenal terapêutico disponível. Conclusão: Conclui-se que, embora as inovações tragam benefícios clínicos importantes, o principal desafio ainda reside na ampliação do acesso a essas terapias no SUS. Investimentos em políticas públicas, diagnóstico precoce, estrutura hospitalar e capacitação profissional são essenciais para a efetiva incorporação das tecnologias e para a redução das desigualdades no tratamento do câncer de mama HER2-positivo no Brasil.
Referências
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