FORMAS DE APRESENTAÇÃO DA INCISURA DA ESCÁPULA EM UMA COLEÇÃO OSTEOLÓGICA DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM O DIMORFISMO SEXUAL

Abstract

Variação anatômica é um desvio da morfologia normal de um órgão ou estrutura de um indivíduo que não traz prejuízo à função, podendo ocorrer interna ou externamente. A escápula é um osso que apresenta inúmeras variações, dentre elas, a forma de apresentação da incisura da escápula. Em certos casos esta incisura é transformada em forame pela ossificação do ligamento transverso superior da escápula, formando uma passagem para o nervo supraescapular. O objetivo do nosso estudo é verificar as diversas formas de apresentação da incisura da escápula e relacionar com o dimorfismo sexual. Para o nosso estudo foram utilizadas 304 escápulas secas de adultos, sendo 111 do sexo feminino e 193 do sexo masculino não levando em consideração o lado. A amostra está compreendida na faixa etária entre 20 e 85 anos, todas da Região Nordeste do Brasil, em especial do Estado de Sergipe. Após as observações em todas as escápulas, classificamos estas incisuras em seis Tipos: Tipo 1, em forma de U; Tipo 2, em forma de V; Tipo 3, em forma de J; Tipo 4 parcialmente obliterada pela ossificação do ligamento transverso superior da escápula; Tipo 5, obliteração total devido a ossificação do ligamento transverso superior da escápula formando um forame e Tipo 6, escápulas com ausência da incisura. Após análise dos dados, verificou-se os seguintes resultados. Com relação a amostra total (n=304), o Tipo 1 foi encontrado em 61 escápulas, representando 20,1% dos casos.  Em 10 escápulas (3,3%) encontramos o Tipo 2. O Tipo 3, foi verificado em 112 escápulas, representando 36,8% dos casos estudados. O Tipo 4 apareceu em 17 escápulas (5,6%), o Tipo 5 em 14 (4,6%) e o Tipo 6 em 90 escápulas, representando 29,6%. Não houve diferença significativa entre os sexos. Esperamos que mais estudos sejam realizados em nossa população, devido à grande miscigenação presente em nosso país.