Resumo
Introdução: As várias formas de violência às quais as mulheres estão susceptíveis podem acarretar muitas consequências para a integridade física e mental das mesmas, e consequentemente, pode elevar à necessidade de atendimento de saúde. Objetivo: Fazer descrição perfil espacial e temporal dos casos de violência contra mulher no Amazonas. Metodologia: Estudo retrospectivo, descritivo com abordagem quantitativa de dados públicos obtidos a partir de publicações do SINAN/NET e FVS/AM. Resultados: De janeiro de 2020 a dezembro de 2024 a curva estatística mostrando o número casos de violência contra a mulher no Amazonas cresceu exponencialmente, e com isso, nesse período, foram notificados 23.897 casos sendo que a maioria (8.781= 36, 7%) foram casos notificados apenas em Manaus, capital do estado. Sequencialmente outras cidades, consideradas as mais populosas do estado, também notificaram muitos casos: Manacapurú 5,9%, Maués 3,1%, Parintins 2,9% e Itacoatiara 2,7%. Ressalta-se que Manaus, Tefé e Parintins o número de casos cresce a cada ano. Já as cidades com maior concentração de indígenas, tais como Tabatinga, São Paulo de Olivença, Tefé e Santo Antônio do Içá, sozinhas, notificaram 2,8% de todos os casos. Conclusão: As mulheres amazônidas são violentadas e oprimidas, na maioria das vezes, devido sua raça, etnia, classe social, orientação sexual, entre outras.
Referências
CARVALHO, Erika Fernanda Marins de; LAGUARDIA, Josué; DESLANDES, Suely Ferreira. Sistemas de Informação sobre violência contra as mulheres: uma revisão integrativa. Ciência & Saúde Coletiva, v. 27, p. 1273-1287, 2022. https://www.scielo.br/j/csc/a/gqsfZP3BmhDKZcvrtmdKPYy
CRUZ, Mércia Santos; IRFFI, Guilherme. Qual o efeito da violência contra a mulher brasileira na autopercepção da saúde?. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, p. 2531-2542, 2019. https://www.scielo.br/j/csc/a/P5Yk5rFN8vW8zbh3Gk8bpkd/?format=html&lang=pt
BALBINOTTI, Izabele. A violência contra a mulher como expressão do patriarcado e do machismo. Revista da ESMESC, v. 25, n. 31, p. 239-264, 2018. https://esmesc.emnuvens.com.br/re/article/view/191/165
MACHADO, Dinair Ferreira et al. Violência contra a mulher: o que acontece quando a Delegacia de Defesa da Mulher está fechada?. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 483-494, 2020. https://www.scielosp.org/article/csc/2020.v25n2/483-494/pt/
FERNANDES, Nathaly Cristina; DA NATIVIDADE, Carolina dos Santos Jesuino. A naturalização da violência contra a mulher. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 10, p. 76076-76086, 2020. https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/17903/14503
NAÇÕES UNIDAS. Declaration on the elimination of violence against women 48ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas. Resolução nº A/RES/48/104. Nova York, EUA. Nova York: ONU, 1993.
BEARZI, Paula Suséli Silva de et al. Trilhas para o enfrentamento da violência contra a mulher. Revista Estudos Feministas, v. 28, n. 3, p. e60162, 2020. https://www.scielo.br/j/ref/a/vKcqXCvCdPrbPQBfh79GPwR/
OKABAYASHI, Nathalia Yuri Tanaka et al. Violência contra a mulher e feminicídio no Brasil-impacto do isolamento social pela COVID-19. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 3, p. 4511-4531, 2020. https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/9998/8381
SANTOS, Ione Barbosa dos et al. Violência contra a mulher na vida: estudo entre usuárias da Atenção Primária. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 5, p. 1935-1946, 2020. https://www.scielosp.org/pdf/csc/v25n5/1413-8123-csc-25-05-1935.pdf
ODM BRASIL. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Secretaria de Relações Institucionais, 2022 http://www.odmbrasil.gov.br/odm-nos-estados/amazonas
WENCZENOVICZ, TJ et al. Colonialidade, mulher indígena e violência: reflexões contemporâneas. Revista de movimentos sociais e conflitos, v. 3, n. 1, p. 1-19, 2017.https://www.indexlaw.org/index.php/revistamovimentosociais/article/view/1809
DE OLIVEIRA CAETANO, IKS et al. Violência sexual contra a mulher indígena brasileira: A história construída na dor infringida aos seus corpos do passado colonial à contemporaneidade. Revista Lampiar, v. 3, n. 1, 2024.https://periodicos.apps.uern.br/index.php/LAMP/article/view/5875
MONTEIRO, V B et al. Mulher indígena: resistência em tempo de retrocesso de direitos. Cadernos do CEAS: Revista crítica de humanidades, n. 243, p. 104-119, 2018.https://cadernosdoceas.ucsal.br/index.php/cadernosdoceas/article/view/418/361
OLIVEIRA, A S L A et al. Violência psicológica contra a mulher praticada por parceiro íntimo: estudo transversal em uma área rural do Rio Grande do Sul, 2017. Epidemiologia e servicos de saude, v. 30, n. 4, p. e20201057, 2021. https://www.scielo.br/j/ress/a/b7tzrCw3RHKdxcmh6vc4jtP/
RAMOS, H W et al. Desengajamento moral na violência contra a mulher amazônida da região norte do Brasil. Revista Diálogos: Economia e Sociedade (ISSN: 2594-4320), v. 6, n. 2, 2022. https://periodicos.saolucas.edu.br/index.php/dialogos/article/view/1977/1568
DA SILVA, J LP et al. O SOFRIMENTO ÉTICO-POLÍTICO E AS RESISTÊNCIAS DE SER MULHER AMAZÔNIDA: UMA NARRATIVA DE VIDA DURANTE A TRAJETÓRIA NO ENSINO SUPERIOR. Diversidade e Educação, v. 12, n. 1, p. 672-696, 2024. https://periodicos.furg.br/divedu/article/view/17403
IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama do Censo 2022.
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/22827-censo-demografico-2022.html
ALMEIDA, P C S et al. Violência doméstica contra a mulher: Mulheres atendidas no serviço de apoio emergencial à mulher na cidade de Manaus. A Saúde Mental do Amazônida em Discussão, p. 93.https://concifa.fametro.edu.br/storage/2022/09/saude_amazonida.pdf#page=93
MOURA, A R et al. Desengajamento moral, feminicídio e violência contra a mulher: Uma revisão de escopo. Revista Ciência & Polícia, v. 10, n. 2, p. 48-78, 2024. https://revista.iscp.edu.br/index.php/rcp/article/view/348/166

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 GABRIANE VIEIRA DOS SANTOS, ELLEN CAROLINE DELMOND DE ALCÂNTARA, JANI KENTA IWATA