Incidência de Complicações em Apendicectomias Videolaparoscópicas em Serviços de Baixo Volume

Resumo

Apendicite aguda é a emergência cirúrgica abdominal mais comum no mundo e a apendicectomia videolaparoscópica tem se consolidado como técnica preferencial em muitos centros devido às suas vantagens comprovadas sobre a cirurgia aberta, incluindo menor dor pós-operatória, tempo de internação reduzido e menor risco de complicações da ferida. Entretanto, a realização deste procedimento em serviços de baixo volume ainda levanta questionamentos, sobretudo em relação à incidência de complicações como abscesso intra-abdominal, infecção de sítio cirúrgico, complicações respiratórias e necessidade de reintervenção. Esta revisão narrativa analisou estudos clínicos, revisões sistemáticas, metanálises e estudos observacionais publicados a partir de 2010, considerando o impacto do volume hospitalar sobre os desfechos cirúrgicos. Os resultados demonstram que a laparoscopia mantém vantagens relevantes mesmo em hospitais com baixa casuística, apresentando menor risco de infecção de ferida, menor tempo de hospitalização e retorno mais rápido às atividades. No entanto, observou-se maior variabilidade nos desfechos e um risco potencialmente mais elevado de abscesso intra-abdominal, associado à curva de aprendizado das equipes e à ausência de protocolos padronizados. Conclui-se que a apendicectomia laparoscópica permanece como alternativa segura e eficaz, mas a qualidade dos resultados em serviços de baixo volume depende de capacitação profissional contínua, adoção de rotinas técnicas claras e suporte institucional adequado, de forma a reduzir complicações e melhorar a segurança do procedimento.