Avanços Terapêuticos no Manejo da Esquizofrenia: Eficácia, Segurança e Perspectivas Clínicas dos Antipsicóticos de Segunda Geração

Resumo

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico crônico e incapacitante, caracterizado por sintomas positivos, negativos e cognitivos que comprometem de forma relevante a funcionalidade dos pacientes. Nas últimas décadas, os antipsicóticos de segunda geração (ASG) tornaram-se fundamentais no tratamento, pois oferecem eficácia semelhante ou superior aos típicos, com menor risco de efeitos extrapiramidais, favorecendo adesão. Diretrizes da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da American Psychiatric Association (APA) confirmam a centralidade desses fármacos no manejo atual. O objetivo deste trabalho é analisar a eficácia, o perfil de segurança e as perspectivas clínicas associadas ao uso dos antipsicóticos de segunda geração no tratamento da esquizofrenia, com base em evidências recentes e recomendações de sociedades médicas. A metodologia consistiu em revisão narrativa da literatura, realizada nas bases PubMed, Scielo e Embase, abrangendo publicações de 2018 a 2025. Foram incluídos estudos e diretrizes que abordaram eficácia, segurança e impacto funcional dos principais ASG, como risperidona, olanzapina, quetiapina, aripiprazol e clozapina. Os resultados demonstram que os ASG são eficazes na redução de sintomas positivos e negativos, além de contribuírem para menor taxa de recaídas. A clozapina mantém-se como padrão em casos refratários, embora exija monitoramento hematológico devido ao risco de agranulocitose. Olanzapina e quetiapina estão associadas a maior ganho de peso e alterações metabólicas, enquanto aripiprazol apresenta perfil mais favorável nesses aspectos. As diretrizes reforçam a necessidade de acompanhamento metabólico regular, incluindo glicemia, perfil lipídico e IMC. As perspectivas atuais indicam a individualização do tratamento e o uso crescente de formulações de longa ação, que aumentam adesão e reduzem hospitalizações. Conclui-se que os antipsicóticos de segunda geração representam avanço crucial no manejo da esquizofrenia, equilibrando eficácia e segurança. A escolha terapêutica deve considerar perfil clínico, resposta individual e acompanhamento multiprofissional, visando melhor qualidade de vida.