Resumo
O Prolapso de Órgãos Pélvicos (POP) é definido como o deslocamento permanente, parcial ou total dos órgãos pélvicos em direção ao hiato vaginal. Diversos fatores de risco são apontados para essa distopia como: idade avançada, multiparidade vaginal, parto com uso de fórceps, obesidade, histerectomia, entre outros. O tratamento cirúrgico pode ser realizado por via vaginal, laparotomia abdominal e/ou laparoscopia; de forma a rstabelecer a fisiologia da vagina, preservar o trato urinário inferior e as funções sexuais. Nesse contexto, a cirurgia minimamente invasiva cresceu exponencialmente desde a aprovação do Sistema Cirúrgico “da Vinci” pela Food and Drug Administration (FDA) em 2000. Comparada com a cirurgia laparoscópica tradicional, a cirurgia laparoscópica assistida por robô tende a reduzir a perda de sangue, aumentar a captação de linfonodos suscetíveis, reduzir a dor pós-operatória bem como o tempo de hospitalização. O presente trabalho teve por objetivo analisar, de forma comparativa, as técnicas cirúrgicas abdominais minimamente invasivas de Sacrocolpopexia robótica e laparoscopia no tratamento do POP. Para isso, foi utilizado o método PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta- Analyses), sendo a pesquisa dividida em quatro fases: identificação, triagem, elegibilidade e inclusão. Foram consultados artigos internacionais nas bases de a PubMed (National Library of Medicine, USA), publicados entre 2020 e 2024. Para a realização da busca foram utilizados Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) da Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme). Por meio dos resultados obtidos encontrou-se uma melhor compreensão das diferentes técnicas de cirurgia minimamente invasivas no tratamento do prolapso de órgãos pélvicos, onde pôde-se constatar que ambas as técnicas são seguras e benéficas às pacientes, sendo a técnica robótica com menor sangramento e recuperação mais rápida e a laparoscopia a de eleição na maioria dos casos em que a robótica, pelo seu alto custo ou elegibilidade, foram descartadas.
Referências
ASHTON-MILLER, J. A.; DELANCEY, J. O. L. Functional anatomy of the female pelvic floor. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 1101, p. 266-296, 2015. DOI:10.1196/annals.1389.034.
BRITO, L. G. O. et al. Surgical outcomes of a combined surgical approach for apical prolapse repair. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 38, n. 6, p. 405-411, 2016.
CORTON, M. M. Anatomy of pelvic floor dysfunction. Obstetrics and Gynecology Clinics of North America, v. 36, n. 3, p. 401–419, 2009. DOI:10.1016/j.ogc.2009.09.002.
DANESHPAJOOH, A. et al. Comparing laparoscopic sacrocolpopexy with vaginal sacrospinous ligament fixation in the treatment of vaginal apical prolapse: a pilot study. Urology Journal, v. 19, n. 2, p. 131-137, 2022.
EVANGELOPOULOS, N.; NESSI, A.; ACHTARI, C. Minimally invasive sacrocolpopexy: efficiency of robotic assistance compared to standard laparoscopy. Journal of Robotic Surgery, v. 18, p. 72, 2024.
FERREIRA, D. J.; LIMA, A. P. Impact of sacrocolpopexy techniques on long-term pelvic function. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 230, p. 97-109, 2022.
HORST, W.; SILVA, J. C. Prolapsos de órgãos pélvicos: revisando a literatura. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 45, n. 2, p. 91–101, 2016. Disponível em: https://revista.acm.org.br/index.php/arquivos/article/view/79. Acesso em: 20 nov. 2023.
KARADAG, B. et al. McCall culdoplasty vs. vaginally assisted laparoscopic sacrocolpopexy in the treatment of advanced uterine prolapse: A randomized controlled study. Taiwanese Journal of Obstetrics & Gynecology, v. 62, p. 325-329, 2023.
KELKAR, D. et al. Interim safety analysis of the first-in-human clinical trial of the Versius surgical system, a new robot-assisted device for use in minimal access surgery. Surgical Endoscopy, v. 35, p. 5193-5202, 2021.
LAMBADUIE, E. et al. The influence of surgical complexity and center experience on postoperative morbidity after minimally invasive surgery in gynecologic oncology: lessons learned from the ROBOGYN-1004 trial. Annals of Surgical Oncology, v. 31, p. 4566-4575, 2024.
MARTINS, L. F.; GOMES, P. R. The evolution of minimally invasive techniques in pelvic floor disorders. International Journal of Gynecological Surgery, v. 27, p. 58-73, 2021.
MATTHEWS, C. A. et al. Long-term mesh exposure after minimally invasive total hysterectomy and sacrocolpopexy. International Urogynecology Journal, v. 34, p. 291-296, 2023.
MURPHY, A. M.; CLARK, C. B.; DENISENKO, A. A.; D’AMICO, M. J.; VASAVADA, S. P. Surgical management of vaginal prolapse: current surgical concepts. The Canadian Journal of Urology, v. 28, n. S2, p. 22–26, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34453425/. Acesso em: 12 out. 2023.
OUDHEUSDEN, A. M. J. et al. Laparoscopic sacrocolpopexy versus abdominal sacrocolpopexy for vaginal vault prolapse: long-term follow-up of a randomized controlled trial. International Urogynecology Journal, v. 34, p. 93-104, 2023.
REID, F. M. et al. PROSPECT: 4- and 6-year follow-up of a randomized trial of surgery for vaginal prolapse. International Urogynecology Journal, v. 34, p. 67-78, 2023.
RODRIGUES, C. B. et al. Outcomes of robotic-assisted vs laparoscopic sacrocolpopexy: a systematic review. European Journal of Urology, v. 39, p. 250-262, 2023.
SILVA, R. A. et al. Comparative study on surgical approaches for pelvic organ prolapse. Brazilian Journal of Surgery, v. 29, p. 120-132, 2022.
SMITH, L. et al. Laparoscopic sacrocolpopexy versus robotic-assisted sacrocolpopexy: a comparative study. International Journal of Urology, v. 26, p. 201-209, 2020.
SOUZA, M. T.; ALMEIDA, P. R. Robotic surgery in gynecology: state-of-the-art and future perspectives. Surgical Innovations, v. 30, p. 75-89, 2024.
YANG, J. et al. Robotic and laparoscopic sacrocolpopexy for pelvic organ prolapse: a systematic review and meta-analysis. Annals of Translational Medicine, v. 9, n. 6, p. 449, 2021.
YANG, J.; HE, Y.; ZHANG, X.; WANG, Z.; ZUO, X.; GAO, L.; HONG, L. Robotic and laparoscopic sacrocolpopexy for pelvic organ prolapse: a systematic review and meta-analysis. Annals of Translational Medicine, v. 9, n. 6, p. 449–449, 2021. DOI:10.21037/atm-20-4347.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Fabiana Zaidan C. dos Santos, Fernanda Zaidan C. de Mello, Bianca Gaioto, Vinícius Cestari do Amaral