PREVALÊNCIA DO FORAME INFRAORBITAL ACESSÓRIO EM UMA COLEÇÃO OSTEOLÓGICA DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM O DIMORFISMO SEXUAL.

Resumo

Um dos segmentos do corpo que apresenta grande variabilidade de suas estruturas é o crânio, inclusive sendo muito utilizado no estudo do dimorfismo sexual em Antropologia Forense. Na face, um dos ossos encontrados são as maxilas, classificadas como ossos irregulares por não apresentar forma definida. Na sua face anterior encontra-se o forame infraorbital, localizado cerca de 1 cm abaixo da margem infraorbital, podendo se apresentar de forma circular ou oval. Em alguns casos podemos verificar a presença de forame infraorbital acessório, passando alguns ramos do nervo infraorbital e podem ser bilaterais ou unilaterais. Diante da importância desta estrutura na área Médica e Odontológica, o propósito do nosso estudo é verificar a prevalência deste forame em uma coleção Osteológica da Região Nordeste do Brasil e relacionar com o dimorfismo sexual. Para o nosso estudo foram utilizados 392 crânios secos de adultos, sendo 146 do sexo feminino e 246 do sexo masculino. A amostra está compreendida na faixa etária entre 20 e 95 anos. Foi utilizado o método de abordagem indutivo com técnica de observação sistemática e direta para coleta dos dados e procedimento descritivo para análise dos mesmos. Após a observação de todos os crânios, classificamos a presença do forame infraorbital acessório em quatro tipos: Tipo 1, forame infraorbital acessório ausente; Tipo 2, presença do forame infraorbital acessório bilateral; Tipo 3, presença do forame infraorbital acessório unilateral direito e Tipo 4, presença do forame infraorbital acessório unilateral esquerdo. De acordo com nosso estudo verificamos os seguintes resultados: com relação a amostra total (n=392), verificamos que o Tipo I foi encontrado em 236 crânios, representando 60,20% dos casos.  Em 78 crânios (19,90%) encontramos o Tipo II. O Tipo III, foi verificado em 41 crânios, representando 10,46% e o Tipo IV apareceu em 37 crânios, representando 9,44% dos casos estudados. Não houve diferença significativa entre os sexos. É de suma importância que mais estudos sobre este tema sejam realizados em nossa população devido à grande miscigenação encontrada em nosso país.