Panorama Epidemiológico das Internações por Neoplasia Maligna de Colo Uterino no Brasil: um estudo retrospectivo
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Palavras-chave

Câncer de colo uterino
Epidemiologia
Brasil

Como Citar

Silva, C. S., & Guimarães, A. de O. (2025). Panorama Epidemiológico das Internações por Neoplasia Maligna de Colo Uterino no Brasil: um estudo retrospectivo . Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(6), 342–361. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n6p342-361

Resumo

Introdução: O câncer de colo do útero (CCU) é uma doença de natureza crônica que afeta milhares de mulheres em todos os países, sendo considerada a terceira neoplasia mais incidente entre as brasileiras e o sétimo câncer mais comum entre todos os tipos de câncer no mundo. O estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico das internações por Câncer de colo de útero em mulheres de todas as faixas etárias das 5 regiões brasileiras entre os anos de 2019 a 2024. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico embasado a partir dos dados do DATASUS. As variáveis utilizadas foram: região, ano processamento, internações, cor/raça, faixa etária, lista morbidade CID-10, valores serviços hospitalares, óbitos e taxa de mortalidade. Ademais, foi realizada uma revisão de literatura para embasar o estudo, utilizando as bases de dados: SciELO, Pubmed, LILACS e Biblioteca Virtual em Saúde. Os descritores utilizados foram: Câncer de colo uterino, Epidemiologia e Brasil. Resultados: 154.157 internações ocorreram por CCU entre mulheres de todas as faixas etárias e provenientes das 5 regiões brasileiras. A região Sudeste foi a campeã no número de internações e no número de gastos hospitalares no país. A maior faixa-etária acometida foi entre 40 e 49 anos, sendo o ano de 2024 o campeão no número total de internações e de gastos hospitalares do período analisado. Além disso, a maior taxa de mortalidade observada foi a de 2020 (11,72). Por fim, a população negra obteve a maior porcentagem no número de óbitos totais (56,4%). Conclusão: Os resultados evidenciam a necessidade de discutir sobre políticas públicas de saúde que abordem as desigualdades no acesso ao tratamento e a prevenção para o câncer de colo de útero, visando a criação de estratégias que maximizem o acesso à saúde de qualidade, principalmente para a população de regiões em desenvolvimento. Sendo assim, novos estudos científicos como esse devem ser elaborados, visando detectar padrões geográficos, demográficos e fenótipos da camada feminina vulnerável ao CCU.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n6p342-361
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