O impacto da genética e fatores epigenéticos no desenvolvimento do Alzheimer

Resumo

A Doença de Alzheimer (DA) é uma enfermidade neurodegenerativa progressiva e a principal causa de demência em idosos, representando cerca de 60 a 70% dos casos. Caracteriza-se por perda progressiva de memória, linguagem e funções executivas, evoluindo para dependência total e óbito. O aumento da expectativa de vida tem elevado a prevalência da DA, tornando-a um desafio crescente para os sistemas de saúde. Sua fisiopatologia envolve o acúmulo de placas beta-amiloides e emaranhados neurofibrilares, levando à disfunção sináptica e atrofia cerebral, agravada por inflamação e estresse oxidativo. Embora a etiologia da DA seja multifatorial, há crescente evidência do papel da genética e da epigenética na sua patogênese. Mutações nos genes APP, PSEN1, PSEN2 e variantes do gene APOE, especialmente a isoforma ε4, têm sido amplamente associadas ao risco da doença. Paralelamente, mecanismos epigenéticos, como metilação do DNA, modificações de histonas e microRNAs, afetam a expressão gênica e estão implicados na neurodegeneração, sendo influenciados por fatores ambientais e de estilo de vida. Este estudo consiste em uma revisão de literatura exploratória, qualitativa e transversal. Foram analisados 19 artigos publicados entre 2020 e 2025, selecionados nas bases PubMed, SciELO, BVS e MEDLINE, seguindo as diretrizes PRISMA. A análise buscou compreender como fatores genéticos e epigenéticos contribuem para o desenvolvimento e progressão da DA, com foco em potenciais biomarcadores, vias moleculares e estratégias terapêuticas emergentes. A discussão evidencia que tanto a herança genética quanto as modificações epigenéticas interagem de forma complexa, modulando a suscetibilidade individual à DA. A compreensão dessas relações é essencial para avançar no diagnóstico precoce e no desenvolvimento de terapias personalizadas, ampliando as possibilidades de prevenção e intervenção clínica.