Efeitos Da Cannabis Medicinal No Tratamento Do Transtorno Do Espectro Autista Associado A Ansiedade Generalizada

Resumo

Introdução: A canábis medicinal tem emergido como uma potencial abordagem terapêutica para diversas condições neuropsiquiátricas, incluindo o transtorno do espectro autista (TEA) associado à ansiedade generalizada. O TEA caracteriza-se por comprometimentos na comunicação e interação social, frequentemente acompanhados por altos níveis de ansiedade, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. O sistema endocanabinoide tem sido implicado na regulação do humor e da resposta ao estresse, sugerindo que os canabinoides, especialmente o canabidiol (CBD), podem ter efeitos terapêuticos nesse contexto. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura utilizando as bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed. Foram selecionados 19 artigos publicados entre 2000 e 2025, nos idiomas português, inglês e espanhol. Os critérios de inclusão abrangeram estudos que abordassem o uso da canábis medicinal no TEA e na ansiedade generalizada, enquanto artigos incompletos ou fora do período estabelecido foram excluídos. Resultados e discussão: Os estudos analisados indicaram que a canábis medicinal, particularmente o CBD, pode reduzir os sintomas de ansiedade e melhorar a interação social em indivíduos com TEA. Os mecanismos propostos envolvem a modulação do sistema endocanabinoide, influenciando a neurotransmissão e os processos inflamatórios. No entanto, a variabilidade na dosagem e formulação dos extratos representa um desafio para a padronização do tratamento. Embora os resultados sejam promissores, a heterogeneidade metodológica dos estudos e a escassez de ensaios clínicos randomizados limitam a generalização dos achados. Conclusão: A canábis medicinal surge como uma alternativa terapêutica potencialmente eficaz para indivíduos com TEA associado à ansiedade generalizada, especialmente para aqueles que não respondem adequadamente às terapias convencionais. Contudo, são necessárias pesquisas adicionais, incluindo ensaios clínicos robustos, para estabelecer protocolos padronizados e avaliar a segurança e eficácia a longo prazo dessa intervenção.