Pré-eclâmpsia: Desafios e Impactos da Profilaxia na Saúde Materno-Infantil
PDF

Palavras-chave

Pré-eclâmpsia
Profilaxia
Desafios
Saúde Materno-Infantil

Como Citar

Araujo, R. B., Vinhati, P. L. S., Rolim, L. M. L., Albuquerque, B. de C., Arsego, A. P. de O., & Carvalho, F. P. (2025). Pré-eclâmpsia: Desafios e Impactos da Profilaxia na Saúde Materno-Infantil. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(2), 2526–2548. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n2p2526-2548

Resumo

Introdução: A pré-eclâmpsia é uma das principais causas de mortalidade materna e perinatal no Brasil. Estratégias como o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e suplementação de cálcio são recomendadas para gestantes de alto risco. No entanto, desafios na implementação dessas medidas reforçam a necessidade de fortalecer a assistência obstétrica e adotar práticas baseadas em evidências. Objetivo: Analisar os desafios e impactos da profilaxia da pré-eclâmpsia na saúde materno-infantil, considerando o conhecimento e as práticas profissionais na identificação e manejo dessa condição. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, foi realizado o levantamento bibliográfico de protocolos, diretrizes e artigos indexados nas bases de dados Scielo, Google Acadêmico, PubMed e LILACS. Foram utilizados os Descritores em Saúde (DeCS/MeSH): “pré-eclâmpsia”, “eclâmpsia”, “profilaxia”, “desafios”. Foram incluídos estudos que abordassem a pré-eclâmpsia nos aspectos relacionados a profilaxia, diagnóstico, conhecimento e prática profissional, bem como os desafios e impactos na saúde materno-infantil. Resultados e Discussão: A profilaxia da pré-eclâmpsia inclui o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) em baixa dose (81-150 mg/dia), iniciado entre 12 e 16 semanas de gestação para mulheres com fatores de risco, e a suplementação de cálcio (1000-1500 mg/dia) em populações com baixa ingestão do mineral. Essas medidas reduzem significativamente o risco de pré-eclâmpsia grave e complicações perinatais. No entanto, desafios persistem na implementação dessas estratégias, como o desconhecimento dos profissionais de saúde sobre as diretrizes atualizadas, a fragmentação do cuidado e dificuldades no acesso aos medicamentos. A capacitação contínua e a padronização de protocolos são essenciais para melhorar a adesão e eficácia dessas intervenções, contribuindo para a redução da morbimortalidade materno-infantil. Considerações Finais: A pré-eclâmpsia é um desafio para a saúde materno-infantil, exigindo avanços na prevenção e manejo. Medidas eficazes, como aspirina e suplementação de cálcio, ainda enfrentam barreiras. O fortalecimento da Atenção Primária, a capacitação profissional e políticas públicas robustas são essenciais para reduzir seus impactos e garantir melhor assistência obstétrica.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n2p2526-2548
PDF

Referências

ABALOS, E. et al. Global and regional estimates of preeclampsia and eclampsia: a systematic review. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, v. 170, n. 1, p. 1-7, 2013. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0301211513001966. Acesso em: 27 out. 2024.

AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS. ACOG Practice Bulletin no. 203: chronic hypertension in pregnancy. Obstet Gynecol, v. 133, n. 1, 2019. Disponível em: https://journals.lww.com/greenjournal/abstract/2019/01000/acog_practice_bulletin_no__203__chronic.50.aspx. Acesso em: 30 out. 2024.

AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS. Gestational hypertension and preeclampsia. Obstetrics & Gynecology, v. 135, n. 6, p. 237–260, jun. 2020. Disponível em: https://journals.lww.com/greenjournal/abstract/2020/06000/gestational_hypertension_and_preeclampsia__acog.46.aspx. Acesso em: 02 nov. 2024.

BEZERRA, M. L. et al. Uso de AAS e cálcio na profilaxia da Pré-Eclâmpsia. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 7, n. 4, p. 01-09, 2024. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/71855. Acesso em: 13 nov. 2024.

BOTELHO, L. L. R.; CUNHA, C. C. DE A.; MACEDO, M. O Método da Revisão Integrativa nos Estudos Organizacionais. Gestão e Sociedade, v. 5, n. 11, p. 121, 2 dez. 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-eclâmpsia/Eclampsia. Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saúde. Brasília, DF: 2024. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/pre-eclampsia-eclampsia/. Acesso em: 10 nov. 2024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Vigilância das Arboviroses. Boletim Epidemiológico. Vol. 53, n. 20, Brasília, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no20/view. Acesso em: 30 out. 2024.

CAMPOS, N. L. R. et al. Percalços na detecção precoce da pré-eclâmpsia durante pré-natal na Atenção Primária à Saúde. Scientific Electronic Archives, [S. l.], v. 16, n. 12, 2023. DOI: 10.36560/161220231812. Disponível em: https://sea.ufr.edu.br/index.php/SEA/article/view/1812. Acesso em: 01 nov. 2024.

CHANG, K. J.; SEOW, K.M.. Preeclampsia: Recent advances in predicting, preventing, and managing the maternal and fetal life-threatening condition. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 20, n. 2, p. 1-28, 2023. Disponível em: https://www.mdpi.com/1660-4601/20/4/2994. Acesso em: 13 de nov. 2024.

COUTINHO, Alexandra Rosany Tiburcio da Silva Santos et al. Pré-eclâmpsia – uma revisão abrangente sobre a etiologia, epidemiologia, fatores de risco, placenta anormal, síndrome materna, diagnóstico e classificação, tratamento, prognóstico e prevenção. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 4, p. 15661-15676, jul./ago. 2023. DOI: 10.34119/bjhrv6n4-133.

CRUZ NETO, J. et al. Guias de assistência à mulher com síndrome hipertensiva na Atenção Primária: revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 10, n. 3, 2021. DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v10i3.12980. Acesso em: 02 nov. 2024

DULEY, L. et al. Antiplatelet agents for preventing pre‐eclampsia and its complications. Cochrane Database of Systematic Reviews, 2019. Ed. 10. Disponível em: https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD004659.pub3/full#CD004659-sec-0090. Acesso em: 02 nov. 2024.

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – FEBRASGO. Pré-eclâmpsia nos seus diversos aspectos. Série Orientações e Recomendações FEBRASGO, n. 8, 2017. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/12-PRE_ECLAyMPSIA.pdf. Acesso em: 30 out. 2024.

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA- FEBRASGO. Predição e prevenção secundária da pré-eclâmpsia na perspectiva da gestão em saúde pública. Femina, v. 52, n. 4, p. 9- 21, 2024. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/FeminaZn4ZdeZ2024.pdf. Acesso em: 19 nov. 2024.

GUIDA, J. P. DE S. et al. Prevalence of Preeclampsia in Brazil: An Integrative Review. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 44, p. 686–691, 29 ago. 2022. Disponível em: https://journalrbgo.org/article/prevalence-of-preeclampsia-in-brazil-an-integrative-review/. Acesso em: 30 out. 2024.

HOFMEYR, G. J. et al. Calcium supplementation commencing before or early in pregnancy, for preventing hypertensive disorders of pregnancy. Cochrane Database of Systematic Reviews, 2019. Ed. 9. Disponível em: https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD011192.pub3/full?highlightAbstract=calcium%7Cpreventing%7Ccommencing%7Cbefore%7Cin%7Cpregnancy%7Csupplementation%7Cfor%7Chypertens%7Ccommenc%7Chypertensive%7Cearli%7Cpregnanc%7Chypertensiv%7Cprevent%7Cdisord%7Cdisorders%7Cbefor%7Cfour%7Csupplement%7Cof%7Cearly. DOI: 10.1002/14651858.CD011192.pub3. Acesso em: 02 nov. 2024.

INTERNATIONAL SOCIETY FOR THE STUDY OF HYPERTENSION IN PREGNANCY (ISSHP). Disponível em: https://isshp.org/. Acesso em: 2 nov. 2024.

KORKES, H. A. et al. How can we reduce maternal mortality due to preeclampsia? The 4P rule. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 46, 2024. Disponível em: http://dx.doi.org/10.61622/rbgo/2024rbgo43. Acesso em: 18 fev. 2025.

LEAVEY, K. et al. Unsupervised Placental Gene Expression Profiling Identifies Clinically Relevant Subclasses of Human Preeclampsia. Hypertension, v. 68, n. 1, p. 137–147, jul. 2016. Disponível em: https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/HYPERTENSIONAHA.116.07293?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed. Acesso em: 10 nov. 2024.

NETTO, P. R. de S. et al. Prevalência e fatores de risco para a pré-eclâmpsia em gestantes. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, [S. l.], v. 6, n. 7, p. 832–841, 2024. DOI: 10.36557/2674-8169.2024v6n7p832-841. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/2535. Acesso em: 26 out. 2024.

NGENE, N. C.; MOODLEY, J. Role of angiogenic factors in the pathogenesis and management of pre-eclampsia. International Journal of Gynecology & Obstetrics, v. 141, n. 1, p. 5–13, 16 jan. 2018. Disponível em: https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ijgo.1242. Acesso em: 10 nov. 2024.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Recomendações da OMS para a prevenção e tratamento da pré-eclâmpsia e eclâmpsia. Genebra, 2014. Disponível em: https://iris.who.int/bitstream/handle/10665/119627/WHO_RHR_14.17_por.pdf;jse. Acesso em: 30 out. 2024.

PEIXOTO-FILHO, F. M. et al. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia- FEBRASGO. Predição e prevenção da pré-eclâmpsia. Femina, v. 51, n. 1, p. 6-13, 2023. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/Femina-01-2023-WEB.pdf. Acesso em: 15 nov. 2024.

PERAÇOLI, J. C. et al. Pré-eclâmpsia – Protocolo 03. Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG), 2023. Disponível em: https://rbehg.com.br/wp-content/uploads/2023/04/PROTOCOLO-2023.pdf. Acesso em: 30 out. 2024.

PINHEIRO, J. G. S. et al. Manejo das síndromes hipertensivas gestacionais na atenção primária à saúde. Cuadernos de Educación y Desarrollo, vol. 16, n. 9, 2024. Disponível em: https://cuadernoseducacion.com/ojs/index.php/ced/article/view/5666. Acesso em: 02 nov. 2024.

REDMAN, C. W. G.; STAFF, A. C.; ROBERTS, J. M. Syncytiotrophoblast stress in preeclampsia: the convergence point for multiple pathways. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 226, n. 2, fev. 2021. Disponível em: https://www.ajog.org/article/S0002-9378(20)31115-7/fulltext. Acesso em: 10 nov. 2024.

ROLNIK, D. L.; NICOLAIDES, K. H. Prevention of preeclampsia with aspirin. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 226, n. 2, p. 1-12, 2022. Disponível em: https://www.ajog.org/article/S0002-9378(20)30873-5/fulltext. Acesso em: 13 de nov. 2024.

SANTANA, A. S.; MENEZES, J. L. Atuação do(a) enfermeiro(a) na detecção precoce da hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia na atenção primária. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação — REASE, [S. l.], v. 10, n. 12, 2024. DOI: 10.51891/rease.v10i12.17282. Acesso em: 2 nov. 2024.

SANTOS, L. A.; COSTA, R. P.; MELO, T. H.; SOARES, V. B. Mortalidade materna por síndromes hipertensivas gestacionais no Brasil: análise epidemiológica 2012-2020. Arquivos de Saúde Pública, [S. l.], v. 47, n. 3, p. 78-95, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i4.41307.

SILVA FILHO, E. P. da et al. Perfil Epidemiológico dos Óbitos por Eclâmpsia no Brasil. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, [S. l.], v. 5, n. 5, p. 2021–2029, 2023. DOI: 10.36557/2674-8169.2023v5n5p2021-2029. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/752. Acesso em: 27 out. 2024.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2025 Ricardo Borges Araujo, Pedro Lucas Silva Vinhati, Lívia Maria Lima Rolim, Baldomiro de Carvalho Albuquerque, Ana Paula de Oliveira Arsego, Fellipe Pacifico Carvalho

Downloads

Não há dados estatísticos.