Resumo
A dengue é uma doença viral transmitida, no Brasil, pelo mosquito Aedes aegypti. O presente estudo teve como objetivo avaliar a incidência da infecção pelo vírus da dengue no município de Lajeado, no período de 2021 a 2023. O estudo retrospectivo e transversal analisou 5.679 fichas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período avaliado. Os resultados revelaram que, entre os 4.322 casos confirmados, seis foram de dengue com sinais de alarme e somente dois casos foram classificados como dengue grave. Houve um predomínio de mulheres (55,1%) e os sintomas mais frequentes foram mialgia (85,8%), febre (84%), cefaleia (81,5%) e náusea (54%). A média geral de idade em indivíduos com dengue sem sinais de alarme foi de 40,46 (±19,93). A maioria (65,3%) foi classificada com base em sinais clínicos, enquanto que 34,7% foram através de exames laboratoriais. 99,4% dos casos evoluíram com sucesso para cura, enquanto seis casos (0,1%) evoluíram para óbito pelo agravo. O Sorotipo prevalente em 100% dos casos nos três anos avaliados foi o DENV-1. Com o presente estudo conclui-se que no período avaliado ocorreram manifestações brandas da doença, comuns à forma clássica, incluindo mialgia, febre e cefaleia. Destaca-se que o presente estudo reforça a importância da coleta e análise de dados de forma contínua e precisa., reforçando a necessidade de ações preventivas e de acompanhamento da circulação dos sorotipos, a fim de prevenir desfechos de maior gravidade.
Referências
Lee WL, Gu X, Armas F, et al. Monitoring human arboviral diseases through wastewater surveillance: Challenges, progress and future opportunities. Water Res. 2022;223:118904. doi:10.1016/j.watres.2022.118904.
Fares RC, Souza KP, Añez G, Rios M. Epidemiological Scenario of Dengue in Brazil. Biomed Res Int. 2015;2015:321873. doi:10.1155/2015/321873.
Wong JM, Adams LE, Durbin AP, et al. Dengue: A Growing Problem With New Interventions. Pediatrics. 2022;149(6):e2021055522. doi:10.1542/peds.2021-055522
Dwivedi V, Tripathi I, Tripathi R, Bharadwaj S. Genomics, proteomics and evolution of dengue virus. Briefings in Functional Genomics. 2017,1694):217-227 DOI: https://doi.org/10.1093/bfgp/elw040
Sirisena PDNN, Noordeen F. Concurrent dengue infections: Epidemiology & clinical implications. Indian J Med Res. 2021;154(5):669–79.
Muller DA, Depelsenaire AC, Young PR. Clinical and Laboratory Diagnosis of Dengue Virus Infection. J Infect Dis. 2017;215(suppl_2):S89–S95.
Thomas SJ, Rothman AL, Srikiatkhachorn A, Kalayanarooj S. Dengue virus infection: Clinical manifestations and diagnosis. UpToDate. 2022. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-clinical-manifestations-and-diagnosis?search=dengue%20&source=search_result&selectedTitle=1~107&usage_type=default&display_rank=1#topicContent .Acesso em: 24 mar. 2024
WHO - World Health Organization. Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. Training in Tropical Diseases. Geneva, 2009.
Bhatt S, Gething Pw, Brady Oj, Messina Jp, Farlow Aw, Moyes Cl, et al.The global distribution and burden of dengue. Nature, 2013 .496(7446):504-507. DOI: 10.1038/nature120. . Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23563266/. Acesso em: 24 mar. 2024.
Brasil. Ministério da Saúde. Painel de Monitoramento das Arboviroses. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2023
Paho - Pan American Health Organization. Dengue. WHO - World Health Organization, Geneva, 2024. Disponível em: https://www.paho.org/en/topics/dengue. Acesso em: 24 mar. 2024.
Guimarães LM, Cunha GM, Leite IC, Moreira RI, Carneiro E. Associação entre escolaridade e taxa de mortalidade por dengue no Brasil. Cadernos de Saúde Pública 2023.39(9) e00215122.DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311XPT215122.
BrasiL. Ministério da Saúde. Sistema de Legislação de Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017.
Gularte JS, Sacchetto L, Demoliner M, et al. DENV-1 genotype V linked to the 2022 dengue epidemic in Southern Brazil. J Clin Virol. 2023;168:105599. doi:10.1016/j.jcv.2023.105599.
Oliveira JC, Rodovalho GM, Oliveira, MRN. Alguns aspectos epidemiológicos e sociodemográficos da dengue no município de Uberlândia-MG nos anos de 2020 a 2022. Rev. Estrabão, Blumenau. 2024.5: 230-242.DOI: https://doi.org/10.53455/re.v5i1.233
Klein MG, Klein LG. Implications of COVID-19 pandemic on the epidemiological behavior of dengue cases reported on the municipality of Cascavel-PR: A cross-sectional analisys. Research, Society and Development. 2024. 13(3): e8413345296. DOI: 10.33448/rsd-v13i3.45296.
Moraes Sr, Collischonn W, Buffon Ft, Eckhardt Rr. Revisão e consolidação da série histórica dos níveis das cheias do rio Taquari em Lajeado de 1939 a 2023. Porto Alegre, 2024. Nota técnica. Disponível em: www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=001199403&loc=2024&l=7818d897802ef3c6.
Acesso em: 17 mai. 2024.
Andrioli DC, Busato MA, Lutinski AJ. Características da epidemia de dengue em Pinhalzinho, Santa Catarina, 2015-2016. Epidemiol. Serv. Saúde, 2020.29(4):e2020057. DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000400007.
Ferreira AC, Chiaravalloti Neto F, Mondini A, Dengue em Araraquara, estado de São Paulo: epidemiologia, clima e infestação por Aedes aegypti. Rev. Saúde Pública, 2018.52: 18. DOI: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000414.
Beserra RSS, Silva AES, Bezerra YBS, Muniz JT. Análise do perfil epidemiológico da dengue no estado de Pernambuco na cidade de Serra Talhada no ano de 2019. Rev. Multidisciplinar do Sertão,2024.6(1)p:S14. Disponível em: https://revistamultisert1.websiteseguro.com/index.php/revista/article/view/660/424
Vasconcelos PFC, Travassos da Rosa ES, Travassos da Rosa JFS, Freitas RB, Dégallier N, Rodrigues SG, Travassos da Rosa APA. Dengue Epidemic, Serotype 2, in Araguaina, Tocantins, Brazil . Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo 1993, 35 (2), 141-148. DOI: https://doi.org/10.1590/S0036-46651993000200005.
Hcini N, Lambert V, Picone O, et al. Arboviruses and pregnancy: are the threats visible or hidden?. Trop Dis Travel Med Vaccines. 2024;10(1):4. Published 2024 Feb 15. doi:10.1186/s40794-023-00213-w.
Tejo AM, Hamasaki DT, Menezes LM, Ho YL. Severe dengue in the intensive care unit. J Intensive Med. 2023;4(1):16-33. Published 2023 Sep 28. doi:10.1016/j.jointm.2023.07.007
Mezzomo V, Willemann JH, Marcon CEM. Perfil clínico e epidemiológico de pacientes com dengue no estado de Santa Catarina entre os anos de 2021 e 2022. Rev. De Epidemiologia E Saúde Pública.2024.2(2). DOI: https://doi.org/10.59788/resp.v2i2.71.
BrasiL. Ministério da Saúde. Dengue. Brasília, DF: Ministério da Saúde. Acesso em: 20/10/2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue.
Raafat N, Blacksell SD, Maude RJ. A review of dengue diagnostics and implications for surveillance and control. Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, 2019.113(11). 653–660.
Junior JBS, Massad E, Lobao-Neto A, Kastner R, Oliver L, Gallagher E. Epidemiology and costs of dengue in Brazil: a systematic literature review. Int J Infect Dis. 2022;122:521-528. doi:10.1016/j.ijid.2022.06.050.
Nunes PCG, Daumas RP, Sánchez-Arcila JC, Nogueira RMR, Horta MAP, Santos, FB. 30 years of fatal dengue cases in Brazil: a review. BMC Public Health, 2019.19:319. DOI: https://doi.org/10.1186/s12889-019-6641-4.
Sousa SC, Silva TAMD, Soares AN, Carneiro M, Barbosa DS, Bezerra JMT. Factors associated with deaths from dengue in a city in a metropolitan region in Southeastern Brazil: a case-control study. Rev Soc Bras Med Trop. 2022;55:e0043. Published 2022 Sep 26. doi:10.1590/0037-8682-0043-2022.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Giovana Guazelli, Luize Paz Bortolon, Júlia Portz Dorneles, Louise Lampert Dias, Adriane Pozzobon