Perfil clínico e epidemiológico da Covid-19 em crianças em um Hospital de Alta Complexidade na cidade de São Luís – Maranhão

Resumo

Introdução: O ano de 2020 foi marcado pelo aparecimento da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19). Até fevereiro de 2024, foram registrados mais de 38,5 milhões de casos e 710 mil óbitos por COVID-19 no Brasil. Dentre os casos, crianças e adolescentes correspondem à faixa etária menos acometida. A produção de dados epidemiológicos acerca da COVID-19 em crianças poderá contribuir para melhor entendimento da doença. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo elucidar o perfil clínico e epidemiológico de crianças em um Hospital de Alta Complexidade na cidade de São Luís-MA. Metodologia: Estudo epidemiológico transversal, descritivo, desenvolvido em Hospital de Alta Complexidade, localizado no Estado do Maranhão, Brasil. Foram analisados prontuários de pacientes de 0-12 anos internados em enfermaria ou unidade de terapia intensiva (UTI) devido à COVID-19. Resultados e discussão: Em relação ao sexo, 52,3% eram do feminino e 47,7% do masculino. Na análise da faixa etária, 70,45% eram lactentes, 9,09% pré-escolares, 15,91% e 3,55% pré-adolescentes. Já na raça/cor, os pardos representaram 95,45%. 31,82% estavam em enfermaria e 68,18% em UTI. As principais comorbidades foram cardíacas/cardiovasculares (10%) e neurológicas (10%). No âmbito das doenças/condições concomitantes 72,16% eram respiratórias. O diagnóstico foi feito a partir de teste rápido (8,7%), sorologia-IgM+ (26,09%) e PCR-RT (65,22%). 79,55% dos pacientes receberam O2 suplementar, enquanto 20,45% estavam em ar ambiente, 52,27% se encontravam em VMI. O tempo de internação foi <10 dias em 54,55%. No desfecho clínico, 77,27% tiveram alta, 6,82% foram transferidos e 15,91% evoluíram a óbito. Conclusão: O estudo concluiu que a maioria dos pacientes era do sexo feminino, na faixa etária entre 0-2 anos, da raça parda. Os leitos mais ocupados foram os de UTI. A maioria dos pacientes não tinha comorbidades. O diagnóstico foi feito principalmente pelo PCR-RT. Mais da metade dos pacientes precisaram de O2 suplementar e acoplamento à VMI. O tempo de internação foi <10 dias, a maioria evoluiu com alta do episódio, apesar do número de óbitos significativo.