Resumo
A quimioterapia é considerada a principal abordagem terapêutica para o câncer em crianças e adolescentes, e seus efeitos negativos mais comuns incluem dor, cansaço, desinteresse, redução do apetite, perda de peso, queda de cabelo, hematomas, hemorragias, mucosite, náuseas, entre outros. Este estudo teve como propósito investigar na literatura a função do enfermeiro em relação aos efeitos adversos mais frequentes do tratamento quimioterápico em pacientes pediátricos. Para isso, foi realizada uma revisão integrativa da literatura entre janeiro de 2010 e fevereiro de 2022, incluindo 21 publicações completas. A quimioterapia causa diversas mudanças na vida das crianças e adolescentes, tanto físicas quanto emocionais, além de impactar suas rotinas. As pesquisas indicam que cerca de 80% desses jovens pacientes apresentaram sintomas classificados como graves ou muito graves. A dor se revela na cirurgia e no pós como um sintoma recorrente e significativo, sendo a mais discutida nos estudos, seguida pela fadiga. A longa duração do tratamento torna essencial o papel do enfermeiro em motivar e apoiar os pacientes e suas famílias na superação das dificuldades, além de garantir a adesão ao tratamento e orientar sobre práticas eficazes para enfrentar os efeitos adversos, promovendo uma sensação de conforto e segurança. Todos os efeitos colaterais da quimioterapia podem ser gerenciados de forma adequada pelos profissionais de enfermagem e médicos, com o objetivo de oferecer um tratamento menos doloroso, além de controlar e aliviar os sintomas, seja através de intervenções medicamentosas ou terapias alternativas, também oferecendo suporte emocional às famílias
Referências
Arslan, F. T. & Basbakkal, K. M. (2013). Quality of Life and Chemotherapy-related Symptoms of Turkish Cancer Children Undergoing Chemotherapy. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention. 14(3): 1761-1768. doi: 10.7314/APJCP.2013.14.3.1761
Azevedo, D. M., Nascimento, V. M., Azevedo, I. C., Cavalcanti, R. D. & Sales, L. K. O. (2014). Assistência de enfermagem à criança com dor: avaliação e intervenções da equipe de enfermagem. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde. 16(4): 23-31. https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/11170
Baggott, C. R.; Dodd, M.; Kennedy, C.; Marina, N.; Matthay, K. K. & Miaskowski, B. C. C. (2011). An evaluation of the factors that affect the health-related quality of life of children following myelosuppressive chemotherapy. Support Care Cancer. 19(3): 353-61. DOI: 10.1007/s00520-010-0824-y
Baggott, C.; Dodd, M.; Kennedy, C.; Marina, N.; Matthay, K. K.; Cooper, B. A. & Miaskowski, C. (2010). Changes in Children’s Reports of Symptom Occurrence and Severity During a Course of Myelosuppressive Chemotherapy. Journal of Pediatric Oncology Nursing. 27(6): 307–315. doi: 10.1177/1043454210377619
Brasil a. (2021). Câncer infantojuvenil. Instituto Nacional de Câncer - Ministério da Saúde. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-infantojuvenil
Brasil b. (2021). 15/02 – Dia Internacional do Câncer na Infância. Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/15-02-dia-internacional-do-cancer-na-infancia/
Brasil c. (2021). OPAS pede maior acesso ao diagnóstico e tratamento para crianças e adolescentes com câncer na América Latina e no Caribe. Representação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil. https://www.paho.org/pt/noticias/16-9-2021-opas-pede-maior- acesso-ao-diagnostico-e-tratamento-para-criancas-e-adolescentes
Cheng, K. K. F.; Lee, V.; Li, C. H.; Goggins, W.; Thompson, D. R.; Yuen, H. L. & Epstein, J. B. (2011). Incidence and risk factors of oral mucositis in paediatric and adolescente patients undergoing chemotherapy. Oral Oncology. 47(3): 153–162. DOI: 10.1016/j.oraloncology.2010.11.019
Cheng, K. K. F.; Lee, V.; Li, C. H.; Yuen, H. L.; Ip, W. Y.; Ele, H. G. & Epstein, J. B. (2013). Impact of oral mucositis on short-term clinical outcomes in paediatric and adolescent patients undergoing chemotherapy. Support Care Cancer. 21(8): 2145–2152. DOI: 10.1007/s00520-013-1772-0
Cheng, K. K. F. & Tan, L. M. L. (2021). Pilot Study of the Effect of a Home-Based Multimodal Symptom-Management Program in Children and Adolescents Undergoing Chemotherapy. Cancer Rep (Hoboken). 4(3): e1336. DOI: 10.1002/cnr2.1336
CicognaI, E. C.; Nascimento, L. C. & Lima, R. A. G. (2010). Crianças e adolescentes com câncer: experiências com a quimioterapia. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 18(5): 1-9. DOI: 10.1590/S0104-11692010000500005
Duran, J.; Bravo, L.; Torres, V.; Craig, A.; Heidari, J.; Adlard, K.; Secola, R.; Granados, R. & Jacob, E. (2020). Quality of Life and Pain Experienced by Children and Adolescents With Cancer at Home Following Discharge From the Hospital. Journal Pediatric Hematology Oncology. 42(1): 46–52. DOI: 10.1097/MPH.0000000000001605
Fraga, M. M.; Terreria, M. T.; Azevedoa, R. T.; Hilárioa, M. O. E. & Len, C. A. (2019). Percepção e enfrentamento da dor musculoesquelética. Revista Paulista de Pediatria. 37(1): 11-19. DOI: 10.1590/1984‑0462/;2019;37;1;00006
Gonzalez, V. G.; Williams, P. D.; Williams, A. D.; Pharm, E. P. & Colon, G. (2016). The symptom experiences of Puerto Rican children undergoing cancer treatments and alleviation practices as reported by their mothers. International Journal of Nursing Practice. 23(1): 1-8. DOI: 10.1111/ijn.12500
Guimarães, C. A.; Dellazzana-Zanon, L. L. & Enumo, S. R. F. (2021). Enfrentamento materno do câncer pediátrico em quatro fases da doença. Pensando Famílias. 25(2): 81-97. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2021000200007
Heumann, S. & Cavalcante, L. I. C. (2018). Rotinas de crianças e adolescentes em acolhimento institucional: estudo descritivo. Arquivos Brasileiros de Psicologia. 70(2): 22-37. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/arbp/v70n2/03.pdf
Hooke, M. C.; Garwick, A. W. & Gross, C. R. (2011). Fatigue and physical performance in children and adolescents receiving chemotherapy. Oncology Nursing Forum. 38(6): 649-657. DOI: 10.1188/11.ONF.649-657
Hooke, M. C.; McCarthyc, K.; Taylor, O. & Hockenberry, M. J. R. (2015). Fatigue and carnitine levels over multiple cycles of chemotherapy in children and adolescents. European Journal of Oncology Nursing. 19(1): 7-12. DOI: 10.1016/j.ejon.2014.07.015
Hundert, A. S.; Birnie, K. A.; Abla, O.; Positano, K.; Cassiani, C.; Lloyd, S.; Tiessen, P. H.; Lalloo, C.; Jibb, L. A. & Stinson, J. (2022). A Pilot Randomized Controlled Trial of Virtual Reality Distraction to Reduce Procedural Pain During Subcutaneous Port Access in Children and Adolescents With Cancer. The Clinical Journal of Pain. 38(3): 189-196. DOI: 10.1097/AJP.0000000000001017.
Linder, L. A. & Hooke, M. C. (2019). Symptoms in Children Receiving Treatment for Cancer-Part II: Pain, Sadness, and Symptom Clusters. Journal of Pediatric Oncology Nursing. 36(4): 262-279. DOI: 10.1177/1043454219849578
Maraba, R. R. B.; Lima, S. F. S.; Bezerra, D. G.; Lima, A. S. & Reis, R. P. (2019). O papel do enfermeiro frente à criança hospitalizada com câncer. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research. 28(1): 80-86. https://www.mastereditora.com.br/periodico/20190905_224334.pdf
Momani, T. G.; Mandrell, B. N.; Gattuso, J. S.; Oeste, N. K.; Taylor, S. L. & Hinds, P. S. (2016). Children with minimal chance for cure: parent proxy of the child's health-related quality of life and the effect on parental physical and mental health during treatment. International Journal of Neuro-Oncology. 129(2): 373-381. DOI: 10.1007/s11060-016-2187-9.
Monteiro, A. C. M.; Rodrigues, B. M. R. D. & Pacheco, S. T. A. (2012). O enfermeiro e o cuidar da criança com câncer sem possibilidade de cura atual. Escola Anna Nery. 16(4): 741-746 DOI: 10.1590/S1414-81452012000400014
Reeve, B. B.; Edwards, L. J.; Jaeger, B. C.; Hinds, P. S.; Dampier, C.; Gipson, D. S.; Selewski, D. T.; Troost, J. P.; Thissen, D.; Barry, V.; Gross, H. E. & DeWalt, D. A. (2017). Assessing responsiveness over time of the PROMIS pediatric symptom and function measures in cancer, nephrotic syndrome, and sickle cell disease. Quality of Life Research. 27(1): 249–257 DOI: 10.1007/s11136-017-1697-z.
Reeve, B. B.; McFatrich, M.; Lin, L.; Lucas, N. R.; Mack, J. W.; Jacobs, S. S.; Withycombe, J. S.; Baker, J. N.; Freyer, D. R. & Hinds, P. S. (2021). Validation of the Caregiver Pediatric Patient-Reported Outcomes version of the Common Terminology Criteria for Adverse Events Measure. American Chemical Society Online Journals. 127(9): 1483–1494. DOI: 10.1002/cncr.33389.
Rodriguez, M. M. L.; Millan, A. F.; Fernández, M. D. R.; Sanz, I. D. & Medina, I. M. F. (2020). New Technologies to Improve Pain, Anxiety and Depression in Children and Adolescents with Cancer: A Systematic Review. International Journal of Environmental Research and Public Health. 17(10): 3563-3577. DOI: 10.3390/ijerph17103563
Santos, S. C. (2018). Revelando os sintomas vivenciados a cada sessão de quimioterapia: a experiência da criança e do adolescente com câncer. Anais dos Seminários de Iniciação Científica. 20(1): 1-4. DOI: 10.13102/semic.v0i20.3499
Silva, E. M. V. B.; Silva, D.; Aparício, G.; Bica, I.; Albuquerque, C. & Cunha, M. (2020). Promoção da saúde mental das crianças: contributos dos enfermeiros. Acta Paulista de Enfermagem. 33(1): 1-7. DOI: 10.37689/acta-ape/2020AO0254
Silva, K. A. S.; Dassi, N.; Michalowski, M. B. & Daudt, E. L. (2016). Efeitos tardios do tratamento do câncer infantil. Boletim Científico de Pediatria. 5(3): 87-91. Recuperado de https://www.sprs.com.br/sprs2013/bancoimg/170118174017bcped_05_03_a04.pdf
Walker, A. J.; Johnson, K. P.; Miaskowski, C.; Lee, K. A. & Gedaly-Duff, V. (2010). Sleep quality and sleep hygiene behaviors of adolescents during chemotherapy.
Journal of Clinical Sleep Medicine. 6(5): 439-444. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2952746/
Walker, A. J.; Pongsing, Y.; Nail, L.; Pedhiwala, N.; Leo, M.; Price, J.; Lee, K. & Gedaly-Duff, V. (2011). Sleep-wake patterns of school-age children and adolescents before diagnosis and during induction chemotherapy for acute lymphocytic leukemia. Journal of Pediatric Nursing. 26(6): 37-44. DOI: 10.1016/j.pedn.2011.02.006.
Whittemore, R. & Knafl, K. (2005). The integrative review: updated methodology. Journal of Advanced Nursing. 52(5) :546-553. DOI: 10.1111/j.1365- 2648.2005.03621.x

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 AIMEE REIS SAKUGAVA, Ariel Felipe Briskievicz , Luiza de Oliveira Engelmann, Vinícius Santiago Denadai , Gabriel Francisco Ferrari Peres, Eduardo Luiz da Silva Souza, Keila Cristina de Souza , Nelson Kleber Ugalde Fernandes, Fernanda Aparecida Vieira, Yasmin dos Santos David de Andrade, Gustavo Luiz Foster Jardeweski, Francisco Júlio Barbosa Lima Filho, Larissa Assis Silva , Manoel Davio Nunes de Carvalho, Jéssica Vancarla Rodrigues de Souza