Resumo
INTRODUÇÃO: O glaucoma é uma condição ocular multifatorial, frequentemente ligada ao aumento da pressão intraocular (PIO), que pode causar perda progressiva da visão se não tratado. O manejo tradicional inclui intervenções farmacológicas e cirúrgicas, como a trabeculectomia. Recentemente, surgiram as cirurgias de glaucoma minimamente invasivas (MIGS), que visam reduzir a PIO com maior segurança e recuperação mais rápida. Essas técnicas são indicadas para pacientes com glaucoma leve a moderado e têm demonstrado eficácia com menos complicações. Dispositivos como o iStent e o Hydrus Microstent representam inovações que permitem intervenções menos traumáticas e podem ser combinados com a cirurgia de catarata. Apesar das vantagens, a aplicação das MIGS deve ser baseada na avaliação das necessidades individuais de cada paciente. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia e a segurança das cirurgias de glaucoma minimamente invasivas (MIGS) em comparação com as abordagens tradicionais de manejo do glaucoma, considerando a redução da pressão intraocular (PIO). Além disso, busca-se investigar a aplicabilidade dos dispositivos inovadores, como o iStent e o Hydrus Microstent. METODOLOGIA: Nesta revisão, foram consultadas as bases de dados PubMed e Scielo, com busca de 2010 a 2024, em português, inglês e espanhol, utilizando os termos: glaucoma, procedimentos minimamente invasivos, trabeculoplastia e implante de drenagem. RESULTADOS: Os resultados do estudo indicaram que ambos os grupos apresentaram reduções significativas na pressão intraocular (PIO), com o grupo de MIGS reduzindo a PIO de 24,5 mmHg para 16,2 mmHg e o grupo de trabeculectomia de 25,0 mmHg para 13,5 mmHg. Apesar da maior redução no grupo da trabeculectomia, as complicações foram significativamente menores no grupo de MIGS, que também teve maior satisfação dos pacientes e menor necessidade de medicações antiglaucomatosas. Assim, as MIGS mostraram-se uma alternativa eficaz e segura para o manejo do glaucoma. CONCLUSÃO: Os procedimentos minimamente invasivos para o glaucoma representam um avanço significativo no manejo dessa condição complexa. No entanto, cabe realizar uma contínua investigação sobre qualidade e segurança.
Referências
Bastawrous A., Burgess P., Abdull M., Kyari F., Burton M., & Kuper H.. Posterior segment eye disease in sub‐saharan africa: review of recent population‐based studies. Tropical Medicine & International Health 2014;19(5):600-609. https://doi.org/10.1111/tmi.12276
Vuori M.. Molteno aqueous shunt as a primary surgical intervention for uveitic glaucoma: long‐term results. Acta Ophthalmologica 2010;88(1):33-36. https://doi.org/10.1111/j.1755-3768.2009.01759.x
Motowa S., Khandekar R., & Al-Towerki A.. Resources for eye care at secondary and tertiary level government institutions in saudi arabia. Middle East African Journal of Ophthalmology 2014;21(2):142. https://doi.org/10.4103/0974-9233.129761
Kyari F., Abdull M., Bastawrous A., Gilbert C., & Faal H.. Epidemiology of glaucoma in sub-saharan africa: prevalence, incidence and risk factors. Middle East African Journal of Ophthalmology 2013;20(2):111. https://doi.org/10.4103/0974-9233.110605
Bergman Z., Douglas J., Wang J., Idowu O., & Kaleem M.. Attitudes and perceptions toward the use of medical marijuana by glaucoma specialists. Journal of Glaucoma 2021;31(2):67-71. https://doi.org/10.1097/ijg.0000000000001966
Sleath B., Carpenter D., Blalock S., Sayner R., Muir K., Slota C.et al.. Applying the resources and supports in self-management framework to examine ophthalmologist-patient communication and glaucoma medication adherence. Health Education Research 2015;30(5):693-705. https://doi.org/10.1093/her/cyv034
Weinreb R., Aung T., & Medeiros F.. The pathophysiology and treatment of glaucoma. Jama 2014;311(18):1901. https://doi.org/10.1001/jama.2014.3192
Shah M.. Micro-invasive glaucoma surgery – an interventional glaucoma revolution. Eye and Vision 2019;6(1). https://doi.org/10.1186/s40662-019-0154-1
Harano A.. Fellow-eye comparison between phaco-tanito microhook trabeculotomy and phaco-istent inject w. Journal of Clinical Medicine 2023;12(22):7005. https://doi.org/10.3390/jcm12227005
Lavia C., Dallorto L., Maule M., Ceccarelli M., & Fea A.. Minimally-invasive glaucoma surgeries (migs) for open angle glaucoma: a systematic review and meta-analysis. Plos One 2017;12(8):e0183142. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0183142
Malvankar-Mehta M., Chen Y., Iordanous Y., Wang W., Chen J., & Hutnik C.. Istent as a solo procedure for glaucoma patients: a systematic review and meta-analysis. Plos One 2015;10(5):e0128146. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0128146
Ferguson T., Dockter Z., Bleeker A., Karpuk K., Schweitzer J., Ibach M.et al.. Istent inject trabecular microbypass stent implantation with cataract extraction in open-angle glaucoma: early clinical experience. Eye and Vision 2020;7(1). https://doi.org/10.1186/s40662-020-00194-3
Gillmann K. and Mansouri K.. Minimally invasive surgery, implantable sensors, and personalized therapies. Journal of Ophthalmic and Vision Research 2020. https://doi.org/10.18502/jovr.v15i4.7792
Manasses D. and Au L.. The new era of glaucoma micro-stent surgery. Ophthalmology and Therapy 2016;5(2):135-146. https://doi.org/10.1007/s40123-016-0054-6
Ehrlich J. and Schehlein E.. Toward a better understanding of value in glaucoma treatment. Jama Ophthalmology 2021;139(8):874. https://doi.org/10.1001/jamaophthalmol.2021.1872
Costagliola C., Sbordone M., Gandolfi S., Cesari L., Furneri G., & Fea A.. <p>minimally invasive surgery in mild-to-moderate glaucoma patients in italy: is it time to change?</p>. Clinical Ophthalmology 2020;Volume 14:2639-2655. https://doi.org/10.2147/opth.s264839
Storgaard L., Tran T., Freiberg J., Hauser A., & Kolko M.. Glaucoma clinical research: trends in treatment strategies and drug development. Frontiers in Medicine 2021;8. https://doi.org/10.3389/fmed.2021.733080
Harasymowycz P., Birt C., Gooi P., Heckler L., Hutnik C., Jinapriya D.et al.. Medical management of glaucoma in the 21st century from a canadian perspective. Journal of Ophthalmology 2016;2016:1-22. https://doi.org/10.1155/2016/6509809

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Bruna Aparecida Pereira Meazza, Carolina Dossena, Rhuan Nantes Fontoura Teofilo, Ana Beatriz Fortes Barbosa, Bruna Eduarda Martins , Yinlan Guan, Vanderlei Gomes, Laura de Sousa Lopes Vidal, Euller Condé Fernandes