Os Efeitos dos Inibidores da SGLT2 na Redução da Mortalidade em Pacientes com Insuficiência Cardíaca: Uma Revisão da literatura

Resumo

Introdução: Os inibidores da SGLT2, inicialmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2, têm emergido como uma classe promissora de medicamentos na cardiologia. Sua aplicação foi estendida ao manejo da insuficiência cardíaca, uma condição prevalente e grave, caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue adequadamente. Estudos recentes têm investigado o impacto desses inibidores na redução da mortalidade e na melhora dos desfechos clínicos em pacientes com insuficiência cardíaca, sinalizando uma nova perspectiva no tratamento dessa patologia.Objetivo: Avaliar os efeitos dos inibidores da SGLT2 na redução da morbidade e mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca, especialmente aqueles com fração de ejeção reduzida. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, com abordagem descritiva e exploratória, nas bases de dados PubMed, Scopus e Google Acadêmico. Utilizaram-se os descritores "inibidores de SGLT2", "insuficiência cardíaca" e "mortalidade", combinados pelo operador booleano "AND". Os critérios de inclusão abrangeram artigos publicados entre 2014 a 2024, nos idiomas espanhol, inglês e português, que apresentassem texto completo disponível. Artigos com apenas os resumos foram excluídos. Após a aplicação desses critérios, 16 artigos foram selecionados. Os dados extraídos foram analisados e sintetizados para oferecer uma visão abrangente sobre o tema. Resultados e Discussão:   Os inibidores da SGLT2, como dapagliflozina e empagliflozina, têm se destacado no tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER), apresentando efeitos significativos na redução da morbidade e mortalidade. Estudos demonstraram que esses medicamentos reduzem em até 30% as hospitalizações por insuficiência cardíaca e em 18% a mortalidade cardiovascular, independentemente da presença de diabetes. Esses benefícios são atribuídos a mecanismos que incluem a diminuição da sobrecarga cardíaca, através da redução da pré-carga e pós-carga, a melhora da função endotelial, redução do estresse oxidativo e a promoção de uma remodelação ventricular positiva. Além disso, os inibidores da SGLT2 têm mostrado efeitos renoprotetores, estabilizando a função renal, o que é crucial para pacientes com ICFER, que frequentemente apresentam disfunção renal concomitante. A combinação desses efeitos resulta em uma melhora global na qualidade de vida dos pacientes, consolidando os inibidores da SGLT2 como uma opção terapêutica essencial no manejo de ICFER, com crescente adoção nas diretrizes de tratamento cardiovascular. Conclusão: Nesse aspecto, os inibidores da SGLT2 representam uma inovação significativa no tratamento da insuficiência cardíaca. No entanto, é necessário aprofundar o entendimento dos mecanismos de ação desses medicamentos, explorar sua eficácia em diferentes subgrupos de pacientes, e investigar os efeitos a longo prazo.