O uso do Dupilumabe no tratamento da esofagite eosinofílica

Resumo

Introdução: A esofagite eosinofílica tem crescido nos últimos anos. Seus sintomas são incapacitantes e trazem prejuízos na qualidade de vida de seus portadores. O tratamento convencional falha em muitos casos. O imunobiológico dupilumabe se apresenta como alternativa no tratamento dessa doença, por meio do bloqueio da atividade da Interleucina  IL-4 e IL-13. Metodologia:  Realizou-se uma pesquisa bibliográfica nas plataformas Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde e PubMed. No total, foram identificadas 1268 publicações, com os descritores “esofagite eosinofílica” e “dupilumabe”. Após avaliação metodológica, 22 publicações entre 2019 e 2024 em português, espanhol e inglês foram incluídas. Resultados e Discussão: O dupilumabe foi capaz de reduzir as contagens de eosinófilos esofágicos e melhorar significativamente a histologia do esôfago em todas as apresentações da doença. No tipo fibroestenótico, a medicação conseguiu a remissão eosinofílica em 100% dos casos estudados. Ademais, apresentou resultados excelentes quando utilizado no tratamento em portadores de outras patologias atópicas concomitantes. Em alguns estudos, foi visualizada a capacidade de melhoria da funcionalidade do esôfago. O alívio de sintomas foi registrado na maioria dos estudos, mas não houve unanimidade. Conclusão: O dupilumabe representa um importante aliado no tratamento da esofagite eosinofílica refratária à medicações de primeira linha. Entranto, seu alto custo e recente incorporação ao acervo terapêutico dessa doença constituem desafios a serem superados. É necessário realização de novos estudos, principalmente a longo prazo, sobre a eficácia da droga, dose e duração necessárias.