Resumo
INTRODUÇÃO: Colelitíase é a presença de cálculos na vesícula biliar e/ou vias biliares; colecistite é a inflamação vesicular, usualmente decorrente de obstrução do ducto cístico por cálculo. Este artigo descreve e discute as internações por essas condições no Brasil entre 2020 e 2024, analisando tendências anuais e diferenças regionais no SUS, à luz de diretrizes contemporâneas e da reorganização assistencial pós-pandemia. OBJETIVO: Este estudo visa quantificar e analisar as taxas de internações por colelitíase e colecistite no Brasil. METODOLOGIA: O estudo retrospectivo com abordagem quantitativa utilizou dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), fornecidos pelo Departamento de Informática do SUS (TABNET/DATASUS). A análise abrangeu internações por colelitíase e colecistite no Brasil de janeiro de 2020 a dezembro de 2024, empregando estatística descritiva e tabulação em planilhas do Microsoft Excel 2016 e Microsoft Word 10. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Entre janeiro de 2020 e dezembro de 2024, o Brasil registrou 1.511.217 internações por colelitíase/colecistite no SUS. Após baixa em 2020, houve recuperação parcial em 2021, salto em 2022 (backlog), crescimento moderado em 2023 e estabilização em 2024. O Sudeste manteve liderança; Nordeste e Sul ganharam participação; Norte e Centro-Oeste cresceram, porém com maior variação. A difusão de colecistectomia laparoscópica precoce, integração com CPRE e protocolos padronizados sustentou a resolutividade. CONCLUSÃO: Conclui-se que 2020–2024 compôs três atos: queda/retomada (2020–2021), recomposição com liberação da demanda reprimida (2022) e estabilização elevada (2023–2024). Sudeste lidera; Nordeste e Sul avançam; Norte e Centro-Oeste mostram maior sensibilidade. Priorizar colecistectomia precoce, CPRE e imagem, centros de curta permanência e monitoramento operacional sustenta resolutividade, reduz reinternações e promove equidade assistencial.
Referências
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