A Relação entre Saúde Materna e Depressão Pós-Parto: Análise de Fatores de Risco, Impactos no Desenvolvimento Infantil e Intervenções Eficazes
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Palavras-chave

Depressão pós-parto
Saúde mental
Saúde pública
Saúde da criança
Desenvolvimento infantil

Como Citar

Salarolli Lorencini, V., Nogueira Lopes, R., da Silva Souza Freire, J., Machado Bastos Elias, H., Teixeira Souza, B., Moreira Cabelino , A. C., Garruth Bazilio, R., & Belchior Alves Ribeiro, G. (2024). A Relação entre Saúde Materna e Depressão Pós-Parto: Análise de Fatores de Risco, Impactos no Desenvolvimento Infantil e Intervenções Eficazes. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(10), 219–231. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n10p219-231

Resumo

INTRODUÇÃO: O foco da saúde materna tem se ampliado para incluir não apenas os aspectos físicos, mas também os mentais, dada a relação cada vez mais evidente entre a saúde mental materna e os desfechos adversos tanto para a mãe quanto para o bebê. Dentre os transtornos mentais, a depressão pós-parto destaca-se como um dos mais comuns e prejudiciais, afetando a qualidade de vida das mães e o desenvolvimento infantil. Estudos indicam que a depressão materna pode ter consequências graves tanto para a mãe quanto para o bebê, incluindo complicações no desenvolvimento fetal e infantil. A interseção de fatores biológicos, psicológicos e socioeconômicos ressalta a necessidade de intervenções precoces e efetivas para prevenir e tratar a depressão perinatal, uma área ainda carente de pesquisa e políticas robustas. OBJETIVOS: Analisar os fatores de risco que impactam no desenvolvimento infantil, destacando a intervenções para a saúde materna e infantil. METODOLOGIA: Trata-se de uma Revisão Bibliográfica de Julho de 2024 a Agosto de 2024 feitas na base de dados PubMed por meio dos seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): (maternal health) AND (Depression). Os critérios de inclusão foram: artigos nos idiomas Português e Inglês de 2010 a 2024. Os critérios de exclusão foram: artigos duplicados, disponibilizados na forma de resumo.  Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 50 artigos utilizando 19 artigos para compor a coletânea. RESULTADOS: A depressão pós-parto (DPP) é uma condição prevalente, afetando entre 10% e 18% das mulheres globalmente, com variações significativas entre regiões. A DPP não apenas compromete a saúde mental das mães, mas também impacta negativamente o desenvolvimento emocional e cognitivo dos bebês. Fatores de risco como histórico de depressão, baixa renda e complicações obstétricas foram identificados como preditores significativos da DPP. Intervenções precoces, especialmente a psicoterapia cognitivo-comportamental, mostraram-se eficazes na mitigação dos sintomas da DPP e na promoção da saúde materna e infantil. A integração de serviços de saúde mental nos cuidados perinatais e o uso de tecnologias móveis em países de baixa e média renda são estratégias promissoras para melhorar a adesão ao tratamento e reduzir os efeitos negativos da DPP globalmente. CONCLUSÃO: A DPP continua sendo uma preocupação significativa, afetando tanto as mães quanto o desenvolvimento infantil. Fatores de risco diversos, aliados à falta de cuidados adequados, aumentam a vulnerabilidade à DPP, especialmente em regiões menos desenvolvidas. Intervenções precoces e a integração de cuidados de saúde mental são essenciais para melhor desenvolvimento infantil e materno.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n10p219-231
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