Panorama da Leptospirose no Brasil: Análise Epidemiológica e Fatores Socioeconômicos Influentes (2012-2022)

Resumo

Introdução: A leptospirose é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero *Leptospira*, com maior incidência em áreas tropicais e subtropicais. A transmissão ocorre principalmente pelo contato com urina de roedores infectados, afetando populações em condições de saneamento precárias. No Brasil, é uma doença de notificação compulsória, com maior prevalência nas regiões Sul e Sudeste, especialmente entre trabalhadores expostos a ambientes insalubres. A leptospirose é considerada uma doença negligenciada, com impacto significativo na saúde pública e altos custos hospitalares. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico da doença no Brasil entre 2012 e 2022 de acordo com a faixa etária e região brasileira. Métodos: Trata-se de um estudo transversal observacional quantitativo realizado a partir de dados do DATASUS. sendo as variáveis analisadas: faixa etária, as 5 regiões do território brasileiro e a escolaridade. A etapa de análise permitiu uma visão clara e compreensível dos dados coletados, auxiliando na elaboração de conclusões precisas e informadas sobre o quadro epidemiológico estudado. Esse não envolve diretamente seres humanos. Resultados: O Brasil registrou cerca de 35 mil casos de leptospirose desde 2012, com a maior incidência em 2014 e uma queda significativa em 2020-2021 provavelmente devido à pandemia de COVID-19. A faixa etária mais afetada foi a de 29-30 anos, representando 39,38% dos casos. A análise territorial evidenciou que a região Sul do Brasil liderou em notificações de leptospirose (31,5%), seguida pelo Sudeste (31,2%). Em termos de escolaridade, a maioria dos casos ocorreu entre pessoas com 5-8 séries do ensino fundamental incompleto (24,43%). Conclusões: A análise de 2012 a 2022 revela que a alta prevalência da leptospirose no Brasil está ligada a fatores climáticos e socioeconômicos, especialmente em áreas de baixa renda e entre indivíduos com menor escolaridade. A doença afeta principalmente adultos jovens, destacando a necessidade de políticas de saúde e medidas preventivas, como o uso de equipamentos de proteção.