Resumo
O presente artigo aborda a relevância da atuação dos enfermeiros na prevenção e enfrentamento da violência obstétrica, um problema grave que afeta a saúde física, mental e reprodutiva das mulheres. A violência obstétrica é uma realidade preocupante no Brasil, com estatísticas alarmantes que evidenciam a necessidade de ações efetivas para combatê-la. Os enfermeiros desempenham um papel fundamental na assistência à saúde das gestantes, sendo por tanto, os responsáveis por oferecer apoio emocional e físico, criar um ambiente seguro e acolhedor, e realizar a coleta de evidências em casos de violência obstétrica. Além disso, sua atuação na prevenção, identificação e intervenção nos casos de violência é crucial para garantir uma assistência obstétrica respeitosa e centrada na mulher. O referente artigo propõe-se a complementar a formação dos enfermeiros na temática da violência obstétrica sabendo que, é essencial para capacitá-los a reconhecer os sinais de violência, orientar as gestantes sobre seus direitos, e agir de forma ética e responsável diante de situações de abuso. A conscientização dos profissionais de enfermagem sobre a violência obstétrica contribui para a promoção de um atendimento humanizado, livre de violações e baseado no respeito aos direitos das mulheres. O estudo deste artigo destaca a importância da sensibilização dos enfermeiros para os impactos da violência obstétrica na vida das mulheres, enfatizando a necessidade de estratégias de prevenção, identificação precoce e intervenção nos casos suspeitos. A criação de ferramentas educativas, como folders informativos, e o fortalecimento dos mecanismos de responsabilização dos agressores são medidas essenciais para combater a violência obstétrica e garantir uma assistência obstétrica de qualidade e segura. A violência obstétrica é um problema complexo que envolve questões de gênero, poder e desigualdade, e sua abordagem requer uma atuação interdisciplinar e uma mudança de paradigma na assistência à saúde materna. Os enfermeiros, como profissionais de saúde que estão na linha de frente do cuidado obstétrico, têm o potencial de desempenhar um papel fundamental na prevenção e enfrentamento da violência obstétrica. É fundamental que os enfermeiros sejam capacitados não apenas tecnicamente, mas também ética e emocionalmente, para lidar com situações de violência obstétrica de forma sensível, empática e eficaz. A escuta ativa, o acolhimento e o respeito à autonomia das mulheres são princípios essenciais que devem nortear a prática dos enfermeiros no cuidado obstétrico. Além disso, a criação de políticas públicas efetivas, a implementação de protocolos de atendimento e a promoção de campanhas de conscientização são medidas que podem contribuir para a prevenção e redução da violência obstétrica. O envolvimento ativo dos enfermeiros nesse processo é fundamental para garantir que as gestantes recebam um atendimento digno, seguro e livre de violações. Em um cenário em que a violência obstétrica ainda é uma realidade para muitas mulheres, a atuação dos enfermeiros se torna ainda mais relevante. Por meio da educação, da advocacia e do cuidado centrado na mulher, os enfermeiros tem o potencial para serem agentes de transformação na promoção da saúde materna e na defesa dos direitos das gestantes. Portanto, a formação dos enfermeiros na temática da violência obstétrica é um passo crucial para a construção de uma assistência obstétrica mais humanizada, respeitosa e inclusiva, que valorize a experiência das mulheres durante o processo de gestação, parto e puerpério. Em suma, o artigo ressalta a importância da formação dos enfermeiros na abordagem da violência obstétrica, visando à promoção da saúde e ao bem-estar das mulheres, à garantia de seus direitos e à construção de um sistema de saúde mais justo e igualitário. Assim sendo, este trabalho fundamentou-se em literaturas atuais, e além disso foi desenvolvido um folder como ferramenta para auxiliar as gestantes em casos de Violência Obstétrica, foi criado também um manual de boas práticas voltado para os Enfermeiros, afim de orienta-los na prevenção, e mostrar tipos de ações que são condenadas como violência obstétrica.
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