Abstract
INTRODUÇÃO: A insuficiência respiratória aguda (IRA) é uma condição clínica frequente em unidades de emergência e caracteriza-se pela incapacidade do sistema respiratório em manter adequada oxigenação e ventilação. O manejo precoce é fundamental para reduzir complicações, necessidade de intubação e mortalidade. A ventilação não invasiva (VNI) surge como estratégia de suporte ventilatório capaz de melhorar a troca gasosa, reduzir o trabalho respiratório e evitar a ventilação mecânica invasiva, sendo aplicada em diferentes etiologias de IRA, incluindo DPOC, edema pulmonar cardiogênico e pneumonia. OBJETIVO: Analisar, a partir da literatura, as principais evidências sobre o uso da VNI no manejo da insuficiência respiratória em emergências, considerando eficácia, fatores preditores de sucesso ou falha, indicações clínicas, tipos de interface e impactos em desfechos clínicos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura com artigos publicados entre 2015 e 2025, obtidos nas bases PubMed e BVS. Foram utilizados descritores como “Noninvasive Ventilation”, “Acute Respiratory Failure”, “Emergency Department” e “Respiratory Support”. Foram incluídos artigos em português e inglês, disponíveis na íntegra, que abordassem o uso da VNI no contexto de insuficiência respiratória aguda, incluindo fatores de eficácia, segurança e preditores de falha. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A VNI demonstrou reduzir significativamente a necessidade de intubação endotraqueal, melhorar a oxigenação e diminuir o tempo de internação hospitalar e mortalidade em pacientes selecionados. Estudos evidenciaram que o sucesso da VNI depende da escolha adequada da interface, treinamento da equipe, monitoramento próximo e identificação precoce de sinais de falha, como hipoxemia persistente, acidose ou aumento do esforço respiratório. Pacientes com SDRA, infecção pulmonar grave ou atraso na aplicação da VNI apresentam maior risco de falha, ressaltando a importância da estratificação de risco e início precoce do suporte ventilatório. CONSIDERAÇÕES GERAIS: A ventilação não invasiva representa uma ferramenta essencial no manejo da insuficiência respiratória na emergência, permitindo suporte ventilatório eficaz e menos invasivo, quando aplicada corretamente. Estratégias de monitoramento contínuo, seleção criteriosa de pacientes e treinamento da equipe são fundamentais para maximizar os benefícios clínicos, reduzir complicações e otimizar os desfechos.
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