Abstract
A injúria renal aguda (IRA) é uma condição marcada por perda rápida e potencialmente reversível da função renal, levando ao acúmulo de resíduos metabólicos e distúrbios eletrolíticos, o que pode aumentar significativamente a mortalidade e a morbidade. No Brasil, as desigualdades no acesso aos serviços de saúde têm agravado o impacto da IRA, especialmente nas regiões mais pobres, onde a infraestrutura limitada e a falta de recursos adequados pioram as condições dos pacientes. A condição afeta principalmente grupos vulneráveis, como neonatos com asfixia perinatal, recém-nascidos submetidos a cirurgia cardíaca e prematuros extremos. Nas regiões mais desfavorecidas do Brasil, como o Norte e o Nordeste, a prevalência de causas evitáveis de IRA, como infecções e choque hipovolêmico, é maior devido à escassez de cuidados primários e de infraestrutura hospitalar. Em contraste, nas áreas mais ricas, o acesso a cuidados avançados permite uma abordagem mais eficaz para o manejo de lesões renais. A falta de acesso a serviços de saúde de qualidade também compromete a detecção precoce e a prevenção da IRA, resultando em desfechos clínicos adversos. Estratégias eficazes de manejo, como controle hemodinâmico, administração de fluidos e prevenção de novas lesões renais, muitas vezes não são viáveis em áreas carentes, onde faltam profissionais capacitados e equipamentos adequados. Em alguns casos, a ausência de suporte para terapias renais substitutivas em hospitais regionais contribui para maior mortalidade entre pacientes mais pobres. Iniciativas de saúde pública voltadas para a prevenção e detecção precoce da IRA enfrentam limitações em regiões desfavorecidas, onde a desigualdade nos serviços de saúde continua a impactar negativamente a população.
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