Pneumonias na Infância e Seus Desafios Revisão de Literatura
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Keywords

pneumonia; crianças;tratamento.

How to Cite

Vitória Figueiredo Garrido Cabanellas Nogueira, Luiz Felipe Menezes Lopes, Débora Costa Silveira, & Luiza Capanema Franco dos Santos. (2024). Pneumonias na Infância e Seus Desafios Revisão de Literatura. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(10), 506–517. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n10p506-517

Abstract

Introdução: A pneumonia se caracteriza pelo comprometimento do tecido pulmonar, manifestando-se através de febre, tosse e/ou dificuldades respiratórias, que podem ser identificadas por meio da história clínica e exame físico, ou por alterações visíveis na radiografia de tórax. Em crianças, a expressão infecção das vias aéreas inferiores pode abranger bronquite, bronquiolite e pneumonia. Esta última representa uma significativa causa de doenças em nações desenvolvidas e um fator crítico de morbidade e mortalidade em países em desenvolvimento. Em 2015, a taxa de incidência anual de pneumonia em crianças abaixo de 5 anos foi de 231 a cada 1000, sendo que 80% desses casos evoluíram para formas graves que demandaram hospitalização, com taxas de letalidade variando de 0,3% a 15% em regiões menos favorecidas. Assim, trata-se de um assunto de grande relevância para a saúde pública em escala global.Objetivo: discutir a patogênese, etiologia e tratamento ambulatorial da pneumonia em crianças. Metodologia: Revisão de literatura das bases da Scielo, da PubMed e da BVS, de janeiro a março de 2024, com descritores “pneumonie”, “children”, “pathogenesis”, “etiology” and “treatment”. Foram inclusos artigos de 2019 a 2024 (80 estudos). Excluíram-se estudos com outros critérios, com 05 artigos na íntegra. Resultados e Discussão: A pneumonia é mais frequentemente observada em crianças com menos de cinco anos e nos períodos mais frios do ano. Os principais fatores de risco incluem a presença em locais com muitas pessoas, irmãos em idade escolar e condições associadas, como asma, cardiopatias congênitas, fibrose cística e imunodeficiências. O consumo de cigarro e álcool pode resultar em aspiração entre adolescentes, afetando os reflexos de tosse e epiglóticos. As crianças muitas vezes introduzem agentes virais em casa, levando a infecções secundárias em seus pais e irmãos. Os microrganismos mais comuns associados à pneumonia adquirida na comunidade (PAC) incluem vírus e bactérias, como Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes; em crianças acima de cinco anos, as bactérias atípicas, como Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae, são mais prevalentes. Em casos de pneumonia adquirida em ambiente hospitalar, é importante considerar a presença de bacilos gram-negativos. A transmissão dos patógenos ocorre através de gotículas do paciente infectado, superfícies contaminadas e pela colonização inicial da nasofaringe, seguido de aspiração ou inalação. A pneumonia pode ser classificada como lobar ou broncopneumonia quando de origem bacteriana e intersticial quando viral. Crianças com PAC que recebem tratamento ambulatorial geralmente estão sob uma abordagem empírica. Não é necessário realizar exames laboratoriais ou de imagem para sugerir uma infecção bacteriana em crianças que estão estáveis o suficiente para serem manejadas em regime ambulatorial. As escolhas sobre o tratamento antimicrobiano empírico na PAC em crianças são normalmente fundamentadas na faixa etária, salvo se houver outros indicadores epidemiológicos ou clínicos que apontem para um agente específico. Para bebês e crianças a partir de quatro meses com pneumonia não complicada, o curso normal de antibióticos é de sete dias para agentes que não sejam azitromicina; se a criança estiver em caso leve e com acompanhamento adequado, um tratamento de cinco dias pode ser suficiente, desde que esteja sem febre por 24 horas e apresente sinais de melhora. Conclusão: A pneumonia pode ter etiologias diferentes de acordo com a idade da criança e o ambiente em que é adquirida. Isso influi diretamente no manejo terapêutico. A decisão de hospitalizar uma criança com pneumonia deve ser individualizada e é baseada na idade, problemas médicos subjacentes e gravidade da doença.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n10p506-517
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