PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO HOSPITALAR DE PACIENTES COM TRANSTORNOS DE HUMOR NO BRASIL

Abstract

Introdução: O transtorno mental é uma síndrome de considerável perturbação intelectual, emocional ou comportamental de um indivíduo, com prejuízos psicológicos, biológicos e no desenvolvimento de suas relações íntimas e do funcionamento mental. Estima-se que o número de pessoas com depressão excedia 300 milhões de pessoas ou 4,4% da população mundial em 2015; curiosamente percebe-se que quantidade aproximada de pessoas é atingida por transtornos de ansiedade, podendo-se inferir que muitos indivíduos têm os dois transtornos como comorbidades de forma concomitante. Diante desse contexto, o objetivo deste estudo é analisar o perfil epidemiológico das internações por transtornos de humor, em todas as idades, no Brasil e suas regiões, entre 2013 e 2023. Metodologia: Trata-se   de   um   estudo epidemiológico embasados a partir dos dados  do  departamento  de informação  de  saúde  do  SUS  (Sistema  Único  de  Saúde).  As  variáveis  utilizadas  foram:  internações hospitalares, taxa de mortalidade, óbitos, faixa etária, sexo, caráter de  atendimento e macrorregião de saúde. Ademais foi realizada uma revisão de literatura para embasar o estudo, utilizando as bases de dados: Pubmed e SciElo. Os descritores utilizados foram: depressão, transtorno de humor e epidemiologia. Resultados: 564.756 internações ocorreram por Transtorno de Humor em indivíduos de menos de 1 ano a 80 e mais anos de idade, de ambos os sexos e de todas as regiões do Brasil. Ainda que a região Sul tenha sido a mais notificada quanto a quantidade de internações, a região Sudeste foi a região que obteve o maior número de óbitos no país. A maior faixa-etária acometida foi entre 30 e 39 anos. O número de gastos hospitalares foi maior na região Sul, seguida da Sudeste. O sexo feminino foi o mais afetado por essa patologia. Em relação à etnia, mais pacientes brancos são internados. No que diz respeito ao caráter de internações, o serviço de urgência foi avassaladoramente o mais procurado. Conclusão: Tendo em vista esses grandes números, deve-se, com urgência, aumentar os investimentos em serviços comunitários e melhorar a coordenação entre equipes de saúde mental e atenção básica. Essas medidas têm o potencial de reduzir as taxas de internação psiquiátrica hospitalar.