Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Da Avaliação Clínica às Opções de Tratamento
PDF

Palavras-chave

TDAH; atenção; hiperatividade; metilfenidato; diagnóstico clínico; tratamento multidisciplinar.

Como Citar

Santos Guedes , M., Brambilla, J. R., Sanitá Salin, M. F., Araceli Delgado Cortez , D., Chilón Troncos, A. F., Baldinu Caramujo, M., Sousa Pinheiro , H., de Sousa Gonçalves , R. J., Miranda Batista , I. B., Fonseca Nunes, L. T., Bethsabe Sandoval Castro, L., & França Santana, D. (2025). Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Da Avaliação Clínica às Opções de Tratamento. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(10), 531–544. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n10p531-544

Resumo

Introdução: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desatenção, impulsividade e hiperatividade, com impacto significativo no desempenho escolar, social e emocional. Estima-se prevalência global em torno de 5% em crianças e 2,5% em adultos. No Brasil, o diagnóstico ainda enfrenta desafios relacionados à desinformação, estigma e subdiagnóstico. O reconhecimento precoce e a abordagem multidisciplinar são fundamentais para minimizar prejuízos funcionais e promover melhor qualidade de vida. Objetivo: Analisar os principais aspectos da avaliação clínica e terapêutica do TDAH, com base em evidências científicas e diretrizes nacionais e internacionais. Metodologia: Foi realizada revisão narrativa da literatura nas bases PubMed, SciELO e LILACS, incluindo estudos e diretrizes publicadas entre 2015 e 2025. Foram consultadas referências da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), American Psychiatric Association (APA) e National Institute for Health and Care Excellence (NICE). Discussão/Resultados: O diagnóstico do TDAH é clínico, fundamentado nos critérios do DSM-5 e na observação dos sintomas em pelo menos dois contextos (escolar, familiar ou social). Avaliações complementares, como escalas de comportamento e entrevistas estruturadas, auxiliam na caracterização da gravidade e na exclusão de diagnósticos diferenciais. O tratamento baseia-se em uma combinação de intervenções psicossociais e farmacológicas. Entre os medicamentos, o metilfenidato e a lisdexanfetamina são as principais opções, comprovadamente eficazes na melhora da atenção e do controle da impulsividade. Em casos leves, a terapia cognitivo-comportamental pode ser suficiente, especialmente em crianças menores. O acompanhamento contínuo é essencial para ajustar doses e monitorar efeitos adversos, como insônia e perda de apetite. O suporte familiar e escolar contribui para adesão terapêutica e melhora global do prognóstico. Estudos recentes reforçam a importância da individualização do tratamento, considerando fatores genéticos, ambientais e emocionais. Conclusão: O TDAH é uma condição crônica, porém tratável, que exige abordagem abrangente e interdisciplinar. O diagnóstico precoce, aliado ao manejo adequado e à educação dos cuidadores, é determinante para reduzir impactos funcionais e sociais. A atualização constante de profissionais de saúde é essencial para o manejo ético e baseado em evidências.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n10p531-544
PDF

Referências

AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS – AAP. Clinical Practice Guideline for the Diagnosis, Evaluation, and Treatment of Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder in Children and Adolescents. Pediatrics, v. 144, n. 4, p. e20192528, 2024.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders: DSM-5. 5. ed. Arlington: American Psychiatric Publishing, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. Diretrizes Clínicas para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). São Paulo: ABP, 2023.

BIEDERMAN, J.; FARAONE, S. V. The effects of attention-deficit/hyperactivity disorder on life outcomes in adults. JAMA Psychiatry, v. 78, n. 10, p. 1127–1135, 2021.

BIEDERMAN, J. et al. Functional outcomes in adults with ADHD: a systematic review. Journal of Clinical Psychiatry, v. 83, n. 1, p. 22–30, 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (PCDT-TDAH). Brasília: Ministério da Saúde, 2022.

CADDY, C. M. et al. Comparative efficacy of pharmacological treatments for ADHD: a systematic review and network meta-analysis. The Lancet Psychiatry, v. 8, n. 9, p. 758–769, 2021.

DALGLEISH, T. et al. Integrated psychosocial and pharmacological interventions for ADHD: a meta-analysis. Psychological Medicine, v. 52, n. 4, p. 589–599, 2022.

FARAONE, S. V. et al. The World Federation of ADHD International Consensus Statement: 208 Evidence-based conclusions about the disorder. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, v. 128, p. 789–818, 2021.

HOOGMAN, M. et al. Brain imaging of the cortex in ADHD: a coordinated analysis of large-scale datasets. The Lancet Psychiatry, v. 9, n. 8, p. 661–672, 2022.

KONRAD, K.; EICHHORN, M. ADHD and comorbid disorders in childhood and adolescence: epidemiology and clinical management. European Child & Adolescent Psychiatry, v. 30, p. 1171–1183, 2021.

MALZAHN, M. et al. Family support and treatment adherence in ADHD. Child and Adolescent Mental Health, v. 26, n. 3, p. 201–209, 2021.

NATIONAL INSTITUTE FOR HEALTH AND CARE EXCELLENCE (NICE). Attention deficit hyperactivity disorder: diagnosis and management. London: NICE, 2018.

POLANCZYK, G. V. et al. The worldwide prevalence of ADHD: A systematic review and metaregression analysis. American Journal of Psychiatry, v. 175, n. 6, p. 557–565, 2018.

SHAW, P. et al. A longitudinal study of cortical thickness in children with attention-deficit/hyperactivity disorder. Biological Psychiatry, v. 85, n. 8, p. 608–616, 2019.

SONUGA-BARKE, E. et al. Cognitive behavioural interventions for ADHD: systematic review and meta-analysis. Clinical Psychology Review, v. 85, p. 102017, 2021.

THAPAR, A.; COOPER, M. Attention deficit hyperactivity disorder. Lancet, v. 387, n. 10024, p. 1240–1250, 2016.

SPENCER, T. et al. Cardiovascular safety of ADHD medications in children and adolescents. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, v. 59, n. 9, p. 1047–1057, 2020.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2025 Matheus Santos Guedes , José Renato Brambilla, Maria Fernanda Sanitá Salin, Daniela Araceli Delgado Cortez , Abner Francisco Chilón Troncos, Maisa Baldinu Caramujo, Herta Sousa Pinheiro , Rodrigo José de Sousa Gonçalves , Izaque Benedito Miranda Batista , Lorena Thaís Fonseca Nunes, Lynda Bethsabe Sandoval Castro, Dafne França Santana

Downloads

Não há dados estatísticos.
1 1