Osteonecrose Associada ao Uso de Bifosfonatos: Perspectivas Atuais de Prevenção e Manejo em Intervenções Odontológicas
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Palavras-chave

Osteonecrose dos Maxilares; Bifosfonatos; Cirurgia Odontológica; Prevenção; Manejo.

Como Citar

Oliveira, C., de Faria, S. G., Chiesa, C., Tanaka, C. J., de Jesus, A. M., & Sakaguchi, V. T. (2025). Osteonecrose Associada ao Uso de Bifosfonatos: Perspectivas Atuais de Prevenção e Manejo em Intervenções Odontológicas. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(10), 241–257. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n10p241-257

Resumo

Introdução: A osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bifosfonatos é uma complicação rara, porém potencialmente grave, relacionada ao uso de fármacos antirreabsortivos. Essa condição representa um desafio crescente para a prática odontológica, devido ao impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes e às limitações impostas às intervenções cirúrgicas. Embora o conhecimento sobre a osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bifosfonatos tenha avançado, persistem controvérsias sobre diagnóstico precoce e estratégias terapêuticas mais eficazes. Objetivo: Analisar os fatores relacionados à prevenção e ao manejo da osteonecrose dos maxilares em pacientes usuários de bifosfonatos submetidos a procedimentos odontológicos invasivos, identificando riscos, estratégias preventivas, protocolos de tratamento e lacunas para futuras pesquisas. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, conduzida nas bases SciELO, PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Google Acadêmico, incluindo artigos em português, inglês e espanhol, publicados nos últimos 20 anos. Foram adotados descritores como “osteonecrose dos maxilares”, “bifosfonatos”, “cirurgia odontológica”, “prevenção” e “manejo”, combinados por operadores booleanos. Ao final, 18 estudos preencheram os critérios de inclusão e foram analisados criticamente. Resultados: A prevenção se mostrou centrada na avaliação odontológica prévia ao início da terapia medicamentosa, eliminação de focos infecciosos e manutenção da higiene oral rigorosa. Fatores como tempo de uso dos bifosfonatos, via de administração, comorbidades, uso de próteses mal adaptadas e polifarmácia foram os principais elementos de risco. Protocolos clínicos conservadores, com uso de antibióticos, analgésicos e antissépticos, mostraram eficácia em estágios iniciais. Em fases avançadas, o tratamento cirúrgico, associado a terapias adjuvantes como laserterapia, ozonioterapia e uso de teriparatida, demonstrou resultados promissores, mas ainda heterogêneos. Conclusão: A implementação de estratégias preventivas, o diagnóstico precoce e a escolha do tratamento conforme o estadiamento são fundamentais para reduzir a incidência e a gravidade da osteonecrose dos maxilares. A integração entre equipes médicas e odontológicas é essencial para melhorar o prognóstico dos pacientes. Ainda são necessários estudos longitudinais e ensaios clínicos para padronizar condutas e validar terapias emergentes.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n10p241-257
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