Resumo
A atuação da mulher na enfermagem envolve múltiplas exigências físicas, emocionais e cognitivas, frequentemente associadas à negligência do próprio cuidado. Este estudo teve como objetivo analisar, por meio de uma revisão integrativa da literatura, a saúde da mulher profissional da enfermagem, com ênfase nas práticas de autocuidado e nos impactos das condições laborais sobre seu bem-estar. A pesquisa foi realizada em seis etapas sistemáticas, com buscas nas bases PubMed, SciELO, BVS e LILACS, selecionando 16 artigos publicados entre 2020 e 2025, que atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados revelaram elevada exposição a fatores de risco ocupacionais, como jornadas prolongadas, sobrecarga emocional e estresse crônico, associados ao desenvolvimento de agravos como distúrbios musculoesqueléticos, doenças crônicas e síndrome de burnout. Observou-se, ainda, baixa adesão a práticas de autocuidado, reflexo de um contexto institucional pouco favorável à preservação da saúde dessas profissionais. Destaca-se, igualmente, a escassez de estudos recentes sobre o tema, o que indica uma lacuna científica importante. Conclui-se que o fortalecimento de políticas institucionais e públicas que promovam o autocuidado e a valorização da mulher na enfermagem é fundamental para garantir a qualidade do cuidado prestado e a sustentabilidade da prática profissional.
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