Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por dificuldades na interação social, comunicação e padrões de comportamento restritos e repetitivos. A enfermagem tem um papel essencial na assistência a indivíduos com TEA, contribuindo para a promoção da saúde, prevenção de complicações e suporte aos familiares e cuidadores. O presente estudo objetiva identificar, por meio de uma revisão sistemática, as melhores práticas e intervenções de enfermagem na assistência a pacientes com TEA, analisando a literatura publicada entre 2010 e 2025. A metodologia adotada segue as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), com busca realizada nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science, CINAHL, LILACS e SciELO. A qualidade dos artigos foi avaliada por meio das ferramentas Joanna Briggs Institute Critical Appraisal Tool, Cochrane Risk of Bias Tool e Newcastle-Ottawa Scale. O referencial teórico discute as definições do TEA, sua classificação no DSM-5 e os graus do transtorno, que variam de leve a severo, impactando diretamente o suporte necessário para cada indivíduo. A evolução do conceito de autismo ao longo das edições do DSM também é abordada, destacando a importância da padronização dos critérios diagnósticos para melhor direcionamento das intervenções assistenciais. Os resultados da revisão sistemática indicam que a assistência de enfermagem é fundamental para a melhoria da comunicação, adaptação social e qualidade de vida de pacientes com TEA. A discussão dos achados evidencia a importância da atuação interdisciplinar da enfermagem e a necessidade de políticas públicas voltadas à capacitação de profissionais para atendimento especializado ao TEA. Além disso, ressalta-se a relevância do suporte aos cuidadores, visto que o envolvimento da família é um fator determinante para o sucesso das intervenções. O estudo conclui que a enfermagem desempenha um papel crucial no manejo do TEA e que estratégias baseadas em evidências devem ser amplamente implementadas para garantir um atendimento inclusivo e eficiente.
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