Resumo
Introdução: O câncer de pele é o tipo de neoplasia maligna mais prevalente no Brasil, correspondendo a aproximadamente 30% dos casos de tumores malignos registrados. Na região Sul, a população predominantemente caucasiana, composta por indivíduos de pele clara e fototipos baixos, configura-se como um grupo de maior vulnerabilidade à doença. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo e quantitativo, sobre as internações relacionadas à neoplasia maligna da pele na região Sul, abrangendo o período de janeiro de 2014 a dezembro de 2024. As informações foram obtidas em janeiro de 2025, utilizando o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), acessado por meio do Departamento de Informações e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram selecionadas variáveis como região/unidade de federação, ano de processamento, faixa etária, sexo, cor/raça, caráter de atendimento e valor total da internação. Os dados foram compilados e analisados no Excel 2010. Resultados e discussão: Observou-se 27.901 internações no Sul neste período e 80.485 no Brasil, com aumento gradual até 2017, seguidas de pequenas oscilações e um pico em 2022. A maior concentração de internações ocorreu nas faixas etárias acima de 60 anos, havendo distribuição relativamente equilibrada entre homens e mulheres. Em relação aos custos, registrou-se tendência crescente tanto no Brasil quanto na região Sul, sugerindo elevação progressiva nos gastos com diagnóstico e tratamento de neoplasia cutânea. Conclusão: Os achados reforçam a necessidade de investimento em medidas de prevenção e detecção precoce, especialmente entre grupos populacionais mais vulneráveis, como idosos e indivíduos de pele clara. Estratégias de conscientização sobre fotoproteção e acesso facilitado ao diagnóstico precoce podem reduzir a morbidade e a mortalidade associadas à neoplasia maligna de pele.
Referências
MINISTÉRIO DA SAÚDE - BRASIL. Câncer de pele. Disponível em: Câncer de pele — Ministério da Saúde. Acesso em: 08 jan. 2025.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Tipos de câncer. Câncer de pele melanoma. Rio de Janeiro: INCA, 2022. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-melanoma. Acesso em: 08 jan. 2025.
COOPER BR, KRISHNAMURTHY K. Visão geral dos riscos ambientais de câncer de pele. [Atualizado em 2 de maio de 2024]. Em: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2025 jan. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK603721/
BAUMANN, B. C. et al. Management of primary skin cancer during a pandemic: Multidisciplinary recommendations.Cancer, v. 126, n. 17, p. 3900–3906, jun. 2020. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC7301000/
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. Câncer de Pele. Disponível em: https://www.sbd.org.br. Acesso em: 8 jan. 2025.
FITZPATRICK, T. B. et al. Dermatology in General Medicine. 8th ed. McGraw-Hill Education, 2020.
JINDAL, M. et al. Skin Cancer Management: Current Scenario and Future Perspectives.Current Drug Safety, v. 17, 13 abr. 2022.
LEITER U, KEIM U, GARBE C. Epidemiologia do câncer de pele: atualização de 2019. Adv Exp Med Biol. 2020; 1268 :123-139. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32918216/
ZHANG W, ZENG W, JIANG A, HE Z, SHEN X, DONG X, FENG J, LU H. Incidência global, regional e nacional, mortalidade e anos de vida ajustados por incapacidade de cânceres de pele e análise de tendências de 1990 a 2019: Uma análise do Estudo Global Burden of Disease 2019. Cancer Med. 2021 julho; 10 (14):4905-4922. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34105887/
JONES, O. T. et al. Recognising Skin Cancer in Primary Care. Advances in Therapy, v. 37, n. 1, p. 603–616, 16 nov. 2019. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31734824/
NATIONAL CANCER INSTITUTE. Skin Cancer. Disponível em: https://www.cancer.gov. Acesso em: 8 jan. 2025.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Beatriz Bernardi Mollo, Anna Carolina Orsini Arman