ANALISE DOS NASCIMENTOS COM SÍNDROME DE DOWN NO BRASIL
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Palavras-chave

Síndrome de Down
Prevalência
Epidemiologia
Idade Materna
Sistema Único de Saúde

Como Citar

Leal, I. B. F., Andrade, I. F. de, Lima, J. P. L. de, Farias, B. C., Silva, P. de A., Brandão, I. R. C., Silva, M. Úrsula F. da, Sales, A. S., Jacó, A. I. L. R., Lopes, L. C. B., Dantas, H. K. M., Oliveira, M. F. de, Alves, I. C., Costa, C. F. M., Nóbrega, R. M. da, Diniz, N. R. C., Neves, M. E. P. de S., & Filho, P. V. de S. (2025). ANALISE DOS NASCIMENTOS COM SÍNDROME DE DOWN NO BRASIL. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(2), 1229–1246. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n2p1229-1246

Resumo

Introdução: A Síndrome de Down é uma condição genética causada pela trissomia do cromossomo 21, caracterizada por traços físicos típicos, hipotonia muscular e deficiência intelectual. A síndrome é associada a um maior risco de doenças crônicas, tornando essencial o diagnóstico precoce e a oferta de estímulos adequados. No Brasil, o registro de nascimentos com Síndrome de Down é realizado pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Objetivo: Analisar os dados do SINASC entre 2015 e 2019, identificando tendências e fatores associados à incidência da Síndrome de Down. Método: Estudo documental descritivo com abordagem quantitativa, baseado na análise de 5.512 nascimentos com Síndrome de Down registrados no Brasil entre 2015 e 2019. Foram investigadas características maternas e condições do nascimento a partir das informações fornecidas pelos serviços de saúde. Resultados: Os dados epidemiológicos indicaram uma prevalência de Síndrome de Down três vezes menor do que o esperado segundo a literatura. A distribuição regional revelou diferenças significativas, com maior prevalência no Sul e Sudeste, possivelmente associada a fatores sociodemográficos, como o adiamento da maternidade em regiões mais desenvolvidas. Os achados também corroboram a relação entre idade materna avançada e o aumento do risco para a síndrome. Conclusão: Os resultados reforçam a necessidade de aprimorar a notificação, o diagnóstico e o acompanhamento da Síndrome de Down no Brasil. Com foco na capacitação profissional, melhoria do pré-natal e acesso equitativo à saúde, especialmente em regiões menos desenvolvidas.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n2p1229-1246
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