Resumo
No Brasil, os arbovírus são uma causa de preocupação para a saúde pública, com impactos clínicos, econômicos e sociais, seu controle representa um grande desafio. As principais arboviroses que acometem não só o Maranhão, mas o Brasil, são a Dengue, a Zika e a Chikungunya, as três possuem o mesmo vetor de transmissão (Aedes Aegypti), e um quadro clínico semelhante, sendo difícil diferenciá-las. Para o desfecho favorável dessas doenças, o diagnóstico e tratamento precoce são imprescindíveis. O objetivo desse trabalho é conhecer o perfil epidemiológico das arboviroses Dengue, Zika e Chikungunya no Maranhão, comparando os achados entre as doenças. Trata-se de um estudo observacional transversal, com abordagem quantitativa. Foram coletados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os dados mostraram que no Maranhão, entre 2019 e 2022, foram notificados 17.006 casos de Dengue, 4.978 de Chikungunya e 2.081 de Zika Vírus. O percentual de cura da Dengue, Chikungunya e Zika foi de 69,86%, 72,96% e 72,13%, respectivamente. As arboviroses causaram 30 óbitos, sendo 80% devido à Dengue. Para o diagnóstico, o critério clínico-epidemiológico foi o mais utilizado na Dengue (50,39%), e o laboratorial na Chikungunya (40,68%) e na Zika (59,44%). As informações supracitadas mostram que os anos com maior notificação foram os de 2019 e 2022, provavelmente devido à pandemia de COVID-19 que demandou maior atenção do serviço de saúde e manteve a população isolada em casa. Ademais, evidenciamos que as arboviroses evoluem majoritariamente com a cura, sendo a maior mortalidade na Dengue.
Referências
Almeida, L. S., Cota, A. L. S., & Rodrigues, D. F.. (2020). Saneamento, Arboviroses e Determinantes Ambientais: impactos na saúde urbana. Ciência & Saúde Coletiva, 25(10), 3857–3868. https://doi.org/10.1590/1413-812320202510.30712018
Almeida, M. S. L. (2022). Ocorrência das arboviroses: Dengue, Chikungunya e Zika relacionadas ao Aedes aegypti L. durante a estação chuvosa em um município do Maranhão (Dissertação de mestrado). Universidade de Taubaté, Departamento de Ciências Agrárias. Recuperado de: http://repositorio.unitau.br/jspui/handle/20.500.11874/5971
Brasil, 2024. Ministério da Saúde. Arboviroses. Recuperado de: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/arboviroses
Donalisio, M. R., Freitas, A. R. R., & Zuben, A. P. B. V.. (2017). Arboviruses emerging in Brazil: challenges for clinic and implications for public health. Revista De Saúde Pública, 51, 30. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2017051006889
DOS SANTOS, N. R., et al. A evolução de casos de arboviroses Dengue, Chikungunya e Zika Vírus no brasil entre 2018 e 2020. The Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 26, p. 101956, 2022.
GONZAGA, D. M. I. S., et al.Perfil ecoepidemiológico das arboviroses Dengue, Zika e Chikungunya no estado de Mato Grosso do Sul, de 2015 a 2021. Revista científica da escola estadual de saúde pública de Goiás" cândido santiago", v. 10, p. 1-27 10a0, 2024.
Guimarães, E. G. S., Fontana, R. S., Nascimento, L. L., Moreira, V. de F. P., & Schimin, M. A. (2024). O perfil epidemiológico de Dengue em Goiás, Brasil, entre 2014 e 2024. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(3), 1475–1486. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n3p1475-1486
Lettry, T. C. R. N., Tobias, G. C., & Teixeira, C. C. (2021). EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF DENGUE IN SENADOR CANEDO - GOIÁS, BRAZIL. Revista Uningá, 58, eUJ3722. https://doi.org/10.46311/2318-0579.58.eUJ3722
LIMA, M., & LIMA, M. I. F. D. (2023). Perfil epidemiológico da dengue na região Nordeste: 2016-2022. O Cuidado em Saúde Baseado em Evidências, 1, 162-170. Recuperado de: https://downloads.editoracientifica.com.br/articles/221211604.pdf
Lisboa, T. R., Serafim, I. B. M., Serafim, J. C. M., Ramos, A. C., do Nascimento, R. M., & Roner, M. N. B. (2022). Relação entre incidência de casos de arboviroses e a pandemia da COVID-19. Interdisciplinary Journal of Applied Science, 6(10), 31-36.
MASCARENHAS, M. D. M., Batista, F. M. de A., Rodrigues, M. T. P., Barbosa, O. de A. A., & Barros, V. C. Ocorrência simultânea de COVID-19 e dengue: o que os dados revelam?Cadernos De Saúde Pública, 36(6), e00126520, 2020.
Pereira, C. F., Duarte, I. A., de Faria, I. R., & e Silva, J. L. de M. (2024). Perfil epidemiológico da dengue em Minas Gerais entre os anos de 2014 e 2023 na perspectiva do SUS. Brazilian Journal of Health Review, 7(1), 4345–4353. https://doi.org/10.34119/bjhrv7n1-351
Pereira, E. D. A., Carmo, C. N. do., Araujo, W. R. M., & Branco, M. dos R. F. C. (2024). Spatial distribution of arboviruses and its association with a social development index and the waste disposal in São Luís, state of Maranhão, Brazil, 2015 to 2019. Revista Brasileira De Epidemiologia, 27, e240017. https://doi.org/10.1590/1980-549720240017
SINAN, Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Ministério da Saúde, DataSUS, 2023.
SINAN, Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Ministério da Saúde, DataSUS, 2024.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2025 Maria Fernanda Sousa Linhares, Augusto César Vasconcelos Coelho da Silva , Beatriz Aparecida Gomes Lindoso, Catarina Gomes Chaves, Davi Antonio Azevedo Duailibe, Giovana Matos Pereira, Isadora Marçal Barbosa Fernandes, Jamylle Layna Paiva Campos Duarte, Lucas Hewitson Froes Santos, Maria Clara Costa Barroso Maia, Maria Eduarda de Carvalho Penha Carneiro, Matheus Neves Araújo, Natália Murad Schmitt, Raphaela Maria Costa Grijó, Sanderson Victor Brasil da Silva, Vitor Castro dos Santos, Wilson Cesar Gomes Moraes