Resumo
INTRODUÇÃO: Os tumores cardíacos primários são neoplasias raras com altas taxas de mortalidade, que se originam dentro do próprio coração, afetando principalmente mulheres em idade jovem. São de difícil avaliação científica devido à função vital do coração e ao potencial para sérios problemas de saúde. Esses tumores podem ser benignos ou malignos, com tipos primários incluindo mixomas, fibromas e sarcomas, e tipos secundários originários de outras partes do corpo. Os sarcomas são os tumores cardíacos primários malignos com elevada taxa de mortalidade em comparação com os tumores benignos, sendo os sarcomas o tipo mais comum. PERGUNTA: Nesse sentido surge a pergunta norteadora da pesquisa: conhecer a prevalência de neoplasias cardíacas bem como seus subtipos primários e secundários possibilita promover um melhor prognóstico ao paciente? HIPÓTESE: Uma compreensão detalhada dos diferentes subgrupos de tumores cardíacos é essencial para criar terapias eficazes e melhorar os prognósticos dos pacientes, pois o diagnóstico preciso é crucial para um tratamento eficaz e cuidado do paciente já que os resultados e abordagens de tratamento variam muito dependendo do tipo de tumor. OBJETIVO: avaliar a prevalência de neoplasias cardíacas primárias benignas e malignas como forma de ampliar o conhecimento sobre seus subtipos, métodos eficazes de diagnóstico e de melhor prognóstico e tratamento. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo exploratório, transversal, mediante revisão bibliográfica, nas bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Pubmed. Utilizou-se os seguintes descritores Sarcoma, Neoplasias cardíacas e Tumores cardíacos, em inglês e português. RESULTADOS: Os principais resultados foram que os tumores malignos são mais prevalentes que os benignos, sendo o sarcoma o mais comum. As ferramentas de diagnósticas principais incluem técnicas de imagem como ecocardiografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada, que oferecem informações detalhadas sobre o tamanho, localização e natureza do tumor. CONCLUSÕES: A Ressonância Magnética Computadorizada foi o método mais assertivo para identificação do tipo de neoplasia. A biópsia é uma análise histopatológica necessária para confirmar o diagnóstico e identificar o tipo de tumor. A detecção precoce e o diagnóstico preciso são vitais para evitar complicações e melhorar as taxas de sobrevivência, tornando os avanços nos métodos de diagnóstico um foco importante na pesquisa em oncologia cardíaca. RECOMENDAÇÕES: Sugere-se que seja realizada uma meta-análise para avaliação dos principais subtipos de tumores e as faixas etárias de acometimento.
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