Resumo
Introdução: A neoplasia maligna de esôfago é a sexta mais comum em homens e a décima quinta em mulheres no Brasil. A maioria desses casos é carcinoma de células escamosas, com tabagismo e etilismo como principais fatores de risco. O adenocarcinoma, relacionado ao esôfago de Barrett, tem como principais fatores de risco o refluxo gastroesofágico e obesidade. O diagnóstico é frequentemente tardio, dificultando o tratamento e o prognóstico. A alta mortalidade e escassez de estudos epidemiológicos sobre essa condição na região Sudeste entre 2013 e 2023 destacam a necessidade de pesquisas para compreender melhor os padrões da doença e melhorar estratégias de prevenção e tratamento. Métodos: Estudo transversal, ecológico, acerca do número de internações e óbitos relacionados à neoplasia maligna de esôfago na região Sudeste. Utilizou-se o Sistema de Informações Hospitalares, entre os anos de 2013 - 2023, disponibilizados pelo Departamento de Informações e Informática do Sistema Único de Saúde. Foram consideradas as variáveis: internação e óbitos por neoplasia maligna de esôfago, região geográfica, faixa etária, gênero, raça/cor e estadiamento. Resultados: Entre 2013 e 2023, foram registradas 193.451 internações por neoplasia maligna de esôfago no Brasil, concentradas principalmente no Sudeste (47,74%) e Sul (26,9%), enquanto o Norte apresentou a menor incidência (2,52%). Nesse período, ocorreram 31.315 óbitos, sendo 50,4% no Sudeste. A faixa etária mais afetada foi entre 50 e 69 anos, responsável pela maioria das internações e óbitos, bem como o sexo masculino, com 79.11% das internações. Conclusão: Observou-se maior prevalência de internações e óbitos por neoplasia maligna de esôfago no Sudeste em comparação com outras regiões, afetando principalmente homens entre 50 e 69 anos e a população parda, tanto em morbidade quanto em mortalidade. Assim, o conhecimento epidemiológico é essencial para a prevenção, conscientização da população e capacitação dos profissionais de saúde, visando ao diagnóstico precoce e melhor prognóstico.
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