Transtornos Psiquiátricos Associados ao Abuso de Substâncias: Enfoque no Tratamento
PDF

Palavras-chave

Transtornos Mentais; Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias; Terapêutica; Psicoterapia; Farmacoterapia.

Como Citar

Mamede Suleiman, Y., de Andrade Junqueira, H., Dalul Giacheto, C., Machado Ribeiro, S. B., Kagiva Zibetti Almeida, C., Agra de Omena, L., Coura Maia Rodrigues, G., Godoi Lewczuk, D., Vasconcelos Rodrigues de Oliveira Tonello, L., & Rosental, D. (2025). Transtornos Psiquiátricos Associados ao Abuso de Substâncias: Enfoque no Tratamento. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 7(2), 1948–1962. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n2p1948-1962

Resumo

Introdução: Os transtornos psiquiátricos ligados ao abuso de substâncias envolvem complexas interações de fatores genéticos, neurobiológicos, ambientais e psicossociais, resultando em altas taxas de comorbidade com depressão e ansiedade, além de riscos aumentados de recaídas, hospitalizações e suicídio. Essas condições demandam uma compreensão profunda dos mecanismos subjacentes e de estratégias terapêuticas eficientes para mitigar os danos individuais e sociais. Objetivo: Este estudo visa revisar e discutir abordagens de tratamento atualizadas para transtornos psiquiátricos resultantes do abuso de substâncias, focando em terapias psicossociais e farmacológicas. Metodologia: Realizou-se uma revisão de literatura exploratória e qualitativa em bases como PubMed, MedlinePlus, SciELO, LILACS e Google Acadêmico, utilizando descritores específicos voltados para transtornos mentais e uso de substâncias. Incluíram-se estudos de 2010 a 2024, em inglês ou português, com foco direto em comorbidades psiquiátricas relacionadas ao abuso de substâncias e acesso integral ao conteúdo. Publicações anteriores a 2010, em outros idiomas ou sem relevância ao tema foram excluídas. Resultados e Discussão: A pesquisa identificou que a origem desses transtornos é multifatorial, envolvendo predisposição genética e fatores como traumas e estresse ambiental. Observou-se um aumento global no consumo de opioides, estimulantes e canabinoides, associado a altos índices de depressão e ansiedade. O diagnóstico precoce, apoiado por escalas validadas, é crucial para prevenir complicações. As estratégias de tratamento incluem medicamentos específicos para controlar a dependência e transtornos mentais, bem como terapias psicossociais e suporte de grupos de apoio, que provaram ser eficazes na redução de recaídas e fortalecimento do cuidado integrado. No entanto, desafios como o estigma e a falta de recursos persistem, dificultando a implementação de políticas eficazes de redução de danos. Considerações Finais: É necessário um esforço integrado para abordar tanto os aspectos biológicos quanto os sociais e psicológicos dos transtornos psiquiátricos associados ao abuso de substâncias. A personalização das intervenções terapêuticas, o diagnóstico precoce e o combate ao estigma são essenciais para reduzir a morbidade e os custos econômicos. Continua sendo fundamental fortalecer as políticas públicas e as redes de apoio para melhorar as práticas clínicas e expandir os recursos para pesquisa e tratamento.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2025v7n2p1948-1962
PDF

Referências

APA (American Psychiatric Association). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5-TR). 5. ed. rev. Arlington: American Psychiatric Publishing, 2022.

CONNOR, J. P.; HABER, P. S.; HALL, W. D. Alcohol use disorders. Lancet, v. 387, n. 10022, p. 988–998, 2016.

CUIJPERS, P. et al. The effects of fifteen evidence-supported psychotherapies for adult depression: a meta-analytic review. Psychotherapy Research, v. 30, n. 3, p. 279–293, 2020.

FORRESTER, J. V.; KUFFOVA, L.; DELIBEGOVIC, M. The Role of Inflammation in Diabetic Retinopathy. Frontiers in Immunology, v. 11, 2020.

KESSLER, R. C. et al. Twelve-month and lifetime prevalence and lifetime morbid risk of anxiety and mood disorders in the United States. International Journal of Methods in Psychiatric Research, v. 21, n. 3, p. 169–184, 2012.

KOOB, G. F.; VOLKOW, N. D. Neurobiology of addiction: a neurocircuitry analysis. The Lancet Psychiatry, v. 3, n. 8, p. 760–773, 2016.

LIU, Y.; WU, N. Progress of Nanotechnology in Diabetic Retinopathy Treatment. International Journal of Nanomedicine, v. 16, p. 1391–1403, 2021.

MCHUGH, R. K.; HEARON, B. A.; OTTO, M. W. Cognitive-behavioral therapy for substance use disorders. Psychiatric Clinics of North America, v. 33, n. 3, p. 511–525, 2010.

NICE (National Institute for Health and Care Excellence). Coexisting severe mental illness and substance misuse: community health and social care services (NG58). Londres: NICE, 2016.

NIDA (National Institute on Drug Abuse). Medications to Treat Opioid Use Disorder Research Report. Bethesda, MD: NIDA, 2022.

O’BRIEN, C. P. Opioids: Addiction and dependence. In: GALANTER, M.; KLEBER, H. (Eds.). Psychotherapy for the Treatment of Substance Abuse. Arlington: American Psychiatric Publishing, 2011, p. 161–183.

RUGLASS, L. M. et al. Comparative Effectiveness of Trauma-Focused and Non–Trauma-Focused Interventions for PTSD in Patients with Co-Occurring Substance Use Disorders: A Systematic Review. Journal of Dual Diagnosis, v. 16, n. 1, p. 1–16, 2020.

SACKS, J. J. et al. 2010 National and State Costs of Excessive Alcohol Consumption. American Journal of Preventive Medicine, v. 49, n. 5, p. e73–e79, 2015.

SAMHSA (Substance Abuse and Mental Health Services Administration). TIP 63: Medications for Opioid Use Disorder. Rockville, MD: SAMHSA, 2020.

TAIT, R. J.; CLARK, F. Brief interventions for substance use in primary care: systematic review and meta-analysis. Journal of Addiction Medicine, v. 13, n. 4, p. 287–294, 2019.

UNODC (United Nations Office on Drugs and Crime). World Drug Report 2023. United Nations publication, 2023.

VOLKOW, N. D.; KOOB, G. F.; MCLELLAN, A. T. Neurobiologic Advances from the Brain Disease Model of Addiction. New England Journal of Medicine, v. 374, p. 363–371, 2016.

WHITEFORD, H. A. et al. Global Burden of Disease Studies: Implications for mental and substance use disorders. Current Opinion in Psychiatry, v. 29, n. 4, p. 299–305, 2016.

WHO (World Health Organization). Global status report on alcohol and health 2018. Geneva: WHO, 2018.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2025 Yasmin Mamede Suleiman, Hugo de Andrade Junqueira, Clara Dalul Giacheto, Sthefan Bruno Machado Ribeiro, Carolina Kagiva Zibetti Almeida, Lavínia Agra de Omena, Gabriel Coura Maia Rodrigues, Diogo Godoi Lewczuk, Laura Vasconcelos Rodrigues de Oliveira Tonello, Daniel Rosental