MANEJO DAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS EM NEONATOS E LACTENTES: UMA REVISÃO DAS MELHORES PRÁTICAS PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE E INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS.
PDF

Palavras-chave

Cardiopatias congênitas, Diagnóstico pré-natal, Intervenções minimamente invasivas, Cirurgia cardíaca pediátrica.

Como Citar

Marinho , K. K., Bequimam , J. G. C., Costa, A. M. A., de Barros, J. D. Q., Gonzaga , L. O., Júnior , L. C. L., Rocker, R. F., da Silva, P. L. P., Lima , B. M. Q. B., Genta , V. S., Sousa , J. W. S., Carvalho , T. G., & Carvalho , A. P. F. de O. (2024). MANEJO DAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS EM NEONATOS E LACTENTES: UMA REVISÃO DAS MELHORES PRÁTICAS PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE E INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS . Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(11), 2523–2534. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n11p2523-2534

Resumo

As cardiopatias congênitas (CCs) estão entre as anomalias congênitas mais comuns, representando uma das principais causas de morbidade e mortalidade neonatal e infantil em todo o mundo. No Brasil, a complexidade do tratamento dessas condições é exacerbada pela escassez de leitos de alta complexidade e pela desigualdade na distribuição de recursos, com apenas 9,6% dos hospitais credenciados pelo SUS oferecendo cirurgias cardíacas infantis. Este cenário é ainda mais crítico em regiões menos desenvolvidas, como o estado de Tocantins, onde não há centros de cirurgia cardíaca pediátrica. Esta revisão sistemática buscou nas bases de dados PubMed e LILACS identificar os avanços recentes no diagnóstico precoce e nas intervenções terapêuticas para neonatos e lactentes com CCs, com foco nos últimos 10 anos. Foram inicialmente identificados 120 artigos, dos quais 6 estudos preencheram os critérios de inclusão após triagem criteriosa. Os resultados destacam que a utilização da ecocardiografia fetal é fundamental para o diagnóstico precoce de cardiopatias críticas, permitindo o planejamento antecipado de intervenções, como cirurgias neonatais e procedimentos percutâneos minimamente invasivos. Essas abordagens, quando realizadas de forma precoce, foram associadas a uma redução significativa nas complicações pós-natais e melhora da sobrevida. Procedimentos como o fechamento percutâneo de defeitos cardíacos guiado exclusivamente por ecocardiografia transesofágica demonstraram uma taxa de sucesso de 100% em estudos recentes, além de proporcionar recuperação hospitalar mais rápida, menor necessidade de anestesia prolongada e a eliminação do uso de radiação ionizante, o que é particularmente benéfico em neonatos. Adicionalmente, em países em desenvolvimento, programas de colaboração internacional, como o Mécénat Chirurgie Cardiaque, permitiram a realização de cirurgias complexas em crianças que de outra forma não teriam acesso a esse tipo de tratamento. O estudo de Leca et al. mostrou que a taxa de sobrevida após cirurgias cardíacas em crianças de regiões de baixa renda foi de 85% em 5 anos, demonstrando que a assistência especializada pode melhorar significativamente os desfechos a longo prazo. Outro ponto relevante é a intervenção cardíaca fetal para casos críticos, como a estenose aórtica severa e a atresia pulmonar, que mostrou viabilidade técnica e resultados positivos em termos de desenvolvimento ventricular e redução de complicações neonatais. Apesar dos avanços no diagnóstico e no tratamento, persistem lacunas significativas, especialmente na padronização das abordagens terapêuticas entre diferentes centros, o que impacta diretamente os desfechos clínicos. A revisão destaca a necessidade urgente de mais estudos controlados que avaliem o impacto de novas tecnologias e estratégias terapêuticas, promovendo uma melhor compreensão das melhores práticas para o manejo dessas condições complexas, particularmente em ambientes com recursos limitados.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n11p2523-2534
PDF

Referências

Jiang, Ying et al. “Percutaneous closure of simple congenital heart diseases under echocardiographic guidance.” European journal of medical research vol. 28,1 408. 7 Oct. 2023, doi:10.1186/s40001-023-01398-8.

Lacour-Gayet, Francois et al. “Surgery for severe congenital heart diseases in children from developing nations.” The Journal of thoracic and cardiovascular surgery vol. 163,2 (2022): 413-423. doi:10.1016/j.jtcvs.2021.04.088.

Marmech, Emna et al. “Congenital heart disease: Epidemiological, genetic and evolutive profil.” La Tunisie medicale vol. 102,9 576-581. 5 Sep. 2024, doi:10.62438/tunismed.v102i9.5060.

Meller, César H et al. “Congenital heart disease, prenatal diagnosis and management.” “Cardiopatías congénitas, diagnóstico y manejo prenatal.” Archivos argentinos de pediatria vol. 118,2 (2020): e149-e161. doi:10.5546/aap.2020.eng.e149.

Selig, Fabio Augusto. “Outlook and Perspectives in Diagnosis and Treatment of Congenital Heart Diseases in Brazil.” “Panorama e Estratégias no Diagnóstico e Tratamento de Cardiopatias Congênitas no Brasil.” Arquivos brasileiros de cardiologia vol. 115,6 (2020): 1176-1177. doi:10.36660/abc.20200680.

Zhao, Liqing et al. “Prognosis and outcome of intrauterine treatment of fetuses with critical congenital heart disease.” Chinese medical journal vol. 137,12 (2024): 1431-1436. doi:10.1097/CM9.0000000000002796.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Konnery Kazelly Marinho , João Gabriel Chaves Bequimam , Andreina Martins Araujo Costa, Jakeline Drancy Quitiliano de Barros, Lorena Oliveira Gonzaga , Lidmar Costa Lima Júnior , Robson Figueredo Rocker, Paulo Luiz Pinheiro da Silva, Betina Manrique Queiroz Braga Lima , Vinicius Santana Genta , José William Silva Sousa , Timóteo Graf Carvalho , Adriana Paula Farias de Oliveira Carvalho