Resumo
O câncer de pênis é uma condição rara, mas com impactos profundos na qualidade de vida dos pacientes, principalmente em decorrência das opções de tratamento. Abordagens conservadoras e cirurgias radicais apresentam diferentes implicações para a função sexual, autoimagem e bem-estar psicológico dos pacientes. Este estudo teve como objetivo comparar o impacto dos tratamentos conservadores e da cirurgia radical na qualidade de vida de pacientes com câncer de pênis. Realizou-se uma revisão integrativa com busca nas bases de dados PubMed, Scopus e Scielo, abrangendo publicações de 2012 a 2024, em inglês e português. Foram incluídos ensaios clínicos, estudos observacionais, revisões sistemáticas e meta-análises que abordassem o impacto de tratamentos conservadores e radicais na qualidade de vida de pacientes com câncer de pênis. Os dados extraídos incluíram características dos pacientes, tipo de tratamento e desfechos de qualidade de vida. A revisão indicou que tratamentos conservadores, como a penectomia parcial e a preservação de órgãos, resultam em melhor preservação da função sexual e autoimagem, com até 80% dos pacientes relatando manutenção significativa dessas funções. Por outro lado, a penectomia total mostrou-se eficaz para o controle oncológico em casos avançados, mas associada a impactos psicológicos e sociais mais graves, com cerca de 70% dos pacientes relatando alterações na autoimagem e na qualidade de vida. Esta revisão aponta que, em casos de câncer de pênis de estágio inicial ou localizado, os tratamentos conservadores apresentam uma alternativa viável, equilibrando o controle da doença com menor impacto na qualidade de vida. A escolha do tratamento deve considerar não apenas o estadiamento da doença, mas também as preferências dos pacientes e o impacto previsto em sua qualidade de vida.
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