ESTUDO ECOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES E DOS ÓBITOS POR EMBOLIA PULMONAR NO BRASIL ENTRE 2013 E 2023
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Palavras-chave

Embolia pulmonar
Epidemiologia
Doenças do aparelho circulatório
Incidência

Como Citar

Costa, R. R. da, Vieira, E. F. A., Aguiar, R. R., & Moura, M. L. V. (2024). ESTUDO ECOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES E DOS ÓBITOS POR EMBOLIA PULMONAR NO BRASIL ENTRE 2013 E 2023. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(11), 985–999. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n11p985-999

Resumo

A embolia pulmonar ocorre quando um êmbolo bloqueia as artérias pulmonares, muitas vezes como resultado de trombose venosa profunda. A condição é grave, com elevada morbimortalidade e sinais clínicos inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico. Fatores de risco incluem trombose venosa profunda prévia, imobilização prolongada e obesidade, destacando a necessidade de diagnóstico precoce para reduzir as complicações. Este artigo objetiva analisar o perfil epidemiológico da embolia pulmonar no Brasil de 2013 a 2023, usando dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. O estudo, de caráter observacional, retrospectivo e descritivo, mostrou uma redução na taxa de mortalidade por embolia pulmonar, mas um aumento significativo nas internações. Foram registradas 100.881 internações, predominantemente na Região Sudeste, mas com aumento progressivo no Nordeste. A maior parte das hospitalizações correu em idosos (51%), com maior incidência em mulheres (61,1%) e brancos (57,8%). Foram registrados 18.658 óbitos, com um aumento de 46% entre 2013 e 2023, sendo a maioria deles ocorrida em indivíduos com mais de 60 anos (69,4%), mulheres (59%), brancos (43,7%) e pardos (29%). Ocorreram mais óbitos no Sudeste (54,8%), enquanto o Nordeste teve a maior taxa de mortalidade (24,02). Comorbidades, como doenças cardiovasculares, agravam o quadro clínico e aumentam as chances de internação. Existem disparidades regionais no Brasil, com maiores taxas de mortalidade em regiões com infraestrutura sanitária precária. O envelhecimento aumenta o risco de embolia pulmonar, elevando as internações entre idosos. Mulheres são mais suscetíveis a doenças tromboembólicas, mas homens apresentam maior mortalidade. Diferenças raciais na incidência e mortalidade por embolia pulmonar mostram maior letalidade entre pretos. Conclui-se que mais pesquisas são necessárias para entender o cenário da embolia pulmonar no Brasil, além da necessidade de políticas públicas que considerem disparidades regionais, envelhecimento e diferenças de gênero e raça.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n11p985-999
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