REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE DA MULHER NO BRASIL
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Palavras-chave

Violência obstétrica, Saúde da mulher, Cuidados humanizados, Direitos reprodutivos, Parto humanizado.

Como Citar

Zane de Souza, S., & Silva Roque , J. (2024). REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE DA MULHER NO BRASIL. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(11), 2113–2121. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n11p2113-2121

Resumo

A violência obstétrica constitui uma forma de violação dos direitos humanos que ocorre durante a assistência ao parto, afetando negativamente a saúde física e mental das mulheres. Esse fenômeno se caracteriza por intervenções médicas não consentidas, desrespeito à autonomia da parturiente e negligência no cuidado. O presente estudo tem como objetivo revisar a literatura existente sobre os impactos da violência obstétrica na saúde das mulheres no Brasil, destacando as práticas mais recorrentes e os grupos mais afetados. Para tanto, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, utilizando as bases de dados SciELO, PubMed e Google Scholar. Os descritores aplicados incluíram “violência obstétrica”, “saúde da mulher”, “transtornos mentais”, “cuidados humanizados” e “direitos reprodutivos”. Foram incluídos estudos publicados nos últimos dez anos que abordavam diretamente os impactos da violência obstétrica no Brasil. Os resultados indicam que a violência obstétrica afeta, sobretudo, mulheres em situação de vulnerabilidade social, como jovens e pertencentes a minorias étnicas. As formas de violência mais comuns incluem a realização de episiotomias sem consentimento, o uso desnecessário de ocitocina para indução do parto e a realização de cesáreas sem necessidade clínica. Além dos danos físicos, foram identificados impactos significativos na saúde mental, como o aumento da incidência de depressão pós-parto e transtorno de estresse pós-traumático. Conclui-se que a adoção de políticas públicas que promovam a humanização do parto, assim como a capacitação dos profissionais de saúde, são fundamentais para reduzir a violência obstétrica e garantir o respeito à autonomia das mulheres. A implementação de protocolos baseados no consentimento informado deve ser uma prioridade para garantir um atendimento mais seguro e respeitoso.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n11p2113-2121
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