Resumo
O presente artigo de revisão explora o impacto da depressão na progressão das demências em pacientes geriátricos, com ênfase nas interações entre essas duas condições que afetam significativamente a saúde mental e a qualidade de vida dos idosos. A depressão, uma comorbidade comum em indivíduos com demência, está associada a uma aceleração do declínio cognitivo e funcional, especialmente em pacientes com doença de Alzheimer. Através de uma análise crítica da literatura científica dos últimos 10 anos, este estudo investiga os mecanismos neurobiológicos subjacentes, incluindo alterações nos níveis de cortisol e redução da neuroplasticidade, bem como a influência de fatores genéticos, como o alelo APOE-ε4. Além disso, discute-se a bidirecionalidade da relação entre depressão e demência, onde a depressão pode atuar tanto como um fator de risco quanto como uma consequência do declínio cognitivo. A revisão também aborda a variabilidade na resposta ao tratamento em pacientes com depressão e demência concomitante, sugerindo a necessidade de abordagens terapêuticas combinadas e personalizadas. Por fim, o artigo destaca a importância de considerar fatores socioeconômicos e culturais no manejo dessas condições, propondo que intervenções precoces e abrangentes podem retardar a progressão da demência e melhorar a qualidade de vida dos pacientes geriátricos. Este estudo contribui para a compreensão da complexa interação entre depressão e demência, reforçando a necessidade de mais pesquisas clínicas e estratégias terapêuticas inovadoras.
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