Resumo
INTRODUÇÃO: Desnutrição infantil é um estado patológico causado pela deficiência de nutrientes essenciais no organismo de crianças, impedindo seu crescimento e desenvolvimento adequados, representa um desafio significativo de saúde pública no Brasil, afetando o crescimento físico e o desenvolvimento cognitivo das crianças. Este estudo analisa internações hospitalares, custos associados e características demográficas de crianças com desnutrição no Brasil, visando informar políticas de saúde para mitigar seu impacto na população infantil. OBJETIVO: Este estudo visa analisar a morbidade hospitalar por desnutrição infantil no Brasil no início de 2024, com ênfase na distribuição por faixa etária, sexo dos pacientes, tipos de atendimento e custos hospitalares. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo retrospectivo quantitativo utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), acessados via base de dados secundária do TABNET/DATASUS. Foram analisadas internações, faixa etária até 9 anos, sexo dos pacientes, tipos de atendimento e custos hospitalares por desnutrição infantil no Brasil entre janeiro de 2024 e maio de 2024. A análise utilizou estatística descritiva e tabulação em planilha eletrônica do Microsoft Excel 2016, com apresentação dos resultados em tabelas no Microsoft Word 10. RESULTADOS: Entre janeiro e maio de 2024, o Brasil registrou 2.424 internações por desnutrição infantil. A Região Nordeste liderou com 36,19% das internações, seguida pelo Sudeste com 23,92%, enquanto o Norte e o Centro-Oeste tiveram 13,70% cada. Em termos de custos hospitalares, o Nordeste foi predominante, totalizando R$ 2.052.518,07, o que representa 40,88% do total nacional de R$ 5.022.842,16. A faixa etária mais afetada foi a de menores de 1 ano, com 1.667 casos. A maioria das internações foi de urgência, evidenciando a necessidade de melhorias na prevenção e no cuidado precoce. CONCLUSÃO: Os dados evidenciam a grave situação da desnutrição infantil no Brasil, destacando a necessidade urgente de políticas públicas integradas para mitigar esse problema. É crucial investir em educação nutricional, acesso equitativo a serviços de saúde e suporte às famílias vulneráveis para promover um desenvolvimento infantil saudável e sustentável.
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