Barreiras ao cumprimento de metas de rastreio de Câncer de Colo Uterino no Brasil
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Palavras-chave

Câncer de Colo Uterino
Saúde da Mulher
Políticas de Saúde Pública

Como Citar

Cícero Ricarte Beserra Junior, Waldemar de Paula-Júnior, Maria Vitória Lacerda Rodrigues de Aquino, Thiago Amaral Martins, Jamilly Ferreira Sakamoto, Aline Gabrielle Gomes da Silva, Lícia Gabrielle Gomes de Oliveira, Maria Tereza Carvalho Almeida, Emilainny Pereira Lima, Carlos Walmyr de Mattos Oliveira, Fellipe Hemeterio de Medeiros, & Talita Antunes Guimarães. (2024). Barreiras ao cumprimento de metas de rastreio de Câncer de Colo Uterino no Brasil. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 6(6), 1662–1676. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n6p1662-1676

Resumo

O Câncer de Colo do Útero (CCU) é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio do órgão, comprometendo o tecido subjacente e podendo invadir estruturas próximas ou distantes, causado por variações do Papilomavírus Humano (HPV), sendo a quarta neoplasia mais comum entre as mulheres no Brasil. Esta pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, com uma síntese de análises de conceitos e conhecimentos documentados na literatura. As etapas seguidas foram: definição do tema, formulação da questão norteadora, estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão, busca na literatura, delineamento das informações a serem extraídas, avaliação dos estudos, interpretação dos resultados e elaboração da revisão integrativa. Após a investigação evidenciaram-se que diversas barreiras dificultam o rastreio eficaz do CCU no Brasil, como vergonha, medo, falta de busca ativa, infraestrutura precária das UBS e baixa escolaridade. Acrescentam-se crenças equivocadas sobre a vacinação para o HPV e problemas logísticos no transporte da vacina agravam essa situação, reduzindo a adesão à prevenção da doença. Por conseguinte, para melhorar a adesão ao rastreamento do CCU no Brasil, é essencial uma abordagem integrada que inclua a melhoria das infraestruturas de saúde, capacitação contínua dos profissionais e promoção de campanhas educacionais permanentes e abrangentes. Em segundo plano, políticas de saúde que abordem as barreiras socioeconômicas e psicológicas enfrentadas pelas mulheres são fundamentais para garantir uma cobertura preventiva adequada. Somente através de uma ação coordenada e multifacetada será possível alcançar as metas de rastreamento e reduzir a incidência e mortalidade por câncer de colo uterino no país.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n6p1662-1676
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