Resumo
INTRODUÇÃO: A dengue é uma infecção viral febril aguda, caracterizada por uma ampla gama de manifestações clínicas, desde formas leves e assintomáticas de evolução benigna até casos graves que podem levar ao óbito. É, na atualidade, a mais importante arbovirose que compromete o homem e constitui em sério problema de saúde pública, a infecção viral é transmitida por fêmeas de mosquitos Aedes aegypti, com grande dispersão pelos trópicos. A transmissão da dengue no Brasil apresenta um perfil altamente heterogêneo devido às variações climáticas e densidade populacional das diferentes regiões. OBJETIVO: Determinar o perfil epdemiologico dos casos de dengue no Brasil, no periodo de 2019 a 2023, no Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, retrospectiva e descritiva, com abordagem quantitativa, a partir dos dados obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), realizado mediante dados sobre as notificações de dengue no Brasil, entre os anos de 2019 a 2023. RESULTADOS E DISCURSSÕES: Foram notificados e confirmados 5.945.107 por dengue, no Brasil, no período de 2019 a 2023. Em relação aos óbitos analisados 54,5% (3.245.426) pertencem ao sexo masculino e 45,2% (2.692.305) ao sexo feminino, além de 7.327 notificações com sexo ignorado. Dentre as regiões, a Sudeste foi a mais afetada com 46,2% (2.748.736) notificações, seguida pela região Sul 18,3% (1.093.134) e Centro-Oeste 18,7% (1.074.403), região Nordeste 14,18% (843.350), a região Norte com 3,11% (185.484). O Brasil relatou o maior número de casos suspeitos na região das Américas em 2023, com mais de 2,9 milhões de casos e uma taxa de incidência de 1359 casos por 100 mil habitantes. O sorotipos 1 de dengue foi o mais frequente, com 65.298 notificações, os demais tipos representaram menos de 1% das notificações, mais de 95% das notificações não especificaram o sorotipo, totalizando 5.856.169 registros. A compreensão detalhada das dinâmicas da doença e a implementação de medidas de controle eficazes são essenciais para reduzir a morbidade e mortalidade associadas à dengue no país nos próximos anos. CONCLUSÃO: Os resultados destacam a complexa dinâmica espacial e temporal da dengue no Brasil, influenciada por fatores climáticos, urbanização e mobilidade humana. A falta de especificação dos sorotipos sublinha a necessidade de melhorar a qualidade dos dados epidemiológicos, para guiar intervenções mais direcionadas. Medidas como campanhas educativas para controle efetivo de vetores são essenciais para mitigar o impacto da doença e prevenir futuros surtos epidêmicos no país.
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