Resumo
Este artigo tem por objetivo descrever as características epidemiológicas dos acidentes escorpiônicos ocorridos no Estado de São Paulo entre 2013 e 2022. Foi realizado um estudo descritivo, quantitativo e retrospectivo dos acidentes notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponíveis no site do DATASUS. Foram notificados 255.054 acidentes, dos quais 100 evoluíram para óbito. As taxas médias de incidência e mortalidade foram de 222,71 e 0,08/100.000 habitantes, respectivamente. A taxa média de letalidade foi de 0,04%. As Regiões XII e XIII apresentaram as maiores taxas de incidência e mortalidade. As maiores taxas de letalidade ocorreram nas Regiões XII e XIII. Os acidentes ocorreram com maior frequência em indivíduos do sexo masculino (54,96%), brancos (63,72%) e entre 20 e 39 anos (30,61%). A maioria dos casos foi atendida no intervalo de 0 a 1 hora (75,74%), classificada como leve (92,47%) e evolui para cura (94,29%). Conclui-se que a incidência é alta principalmente nas Regiões XII e XIII. O perfil dos acidentes ocorridos em São Paulo corresponde ao encontrado no restante do país. Os resultados obtidos demonstram a necessidade de intensificar as ações de controle de escorpiões, visando a prevenção dos acidentes.
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