Resumo
O presente trabalho se propôs, por meio de uma revisão sistemática da literatura, a apresentar a Cirurgiões-Dentistas e acadêmicos as principais características clínicas e epidemiológicas da Angina de Ludwig bem como os métodos de diagnóstico e tratamento dessa patologia. A revisão sistemática da literatura foi desenvolvida com base em uma busca de artigos científicos na base de dados PubMed com os descritores “Ludwig’s Angina”, “La Angina de Ludwig”, “Angina de Ludwig”, “Odontogenic Infections”, “Infecciones Odontogenicas” e “Infecções Odontogênicas”. Nos nove artigos selecionados, 1044 casos foram analisados. Em relação ao gênero, a maior prevalência foi no masculino (57,1%) e a faixa etária mais acometida foi a de 20-40 anos (54,9% do total de casos) com uma média de idade de 33,4 anos. Quanto ao fator etiológico, infecções odontogênicas foram os focos primários mais comumente encontrados (60,1%). A Antibioticoterapia mais empregada foi a associação de amoxicilina com clavulanato de potássio associada ao metronidazol. Sreptococus Sp. e Staphylococus Sp. foram os microrganismos mais encontrados. Diabetes mellitus foi a comorbidade sistêmica mais comumente encontrada. Os estudos relataram que inchaço no pescoço (90%), dor no pescoço (89%), trismo (50,4%), febre (42,3%), disfagia (40,1%) e dispneia (17,5%) foram os sintomas mais encontrados. No que diz respeito ao tratamento, a grande maioria (84,08%) combinou procedimentos cirúrgicos e não-cirúrgicos. A taxa de mortalidade variou de 11,8 a 0% com uma média de 4,74%. Concluiu-se que a Angina de Ludwig é uma celulite facial séptica de evolução rápida que, se não diagnosticada e tratada adequadamente, pode levar o indivíduo ao óbito. Sua principal etiologia é odontogênica e o diagnóstico precoce é fundamental para evitar graves complicações sistêmicas. Dessa forma, é fundamental que o Cirurgião-Dentista conheça sua etiologia, fisiopatologia, meios de diagnóstico e tratamento.
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