O PROCESSO DE ANGIOGENESE E INTEGRAÇÃO EM IMPLANTES OSSEOINTEGRÁVEIS DE TITÂNIO
PDF

Palavras-chave

Biomateriais
Implantes
Odontologia
Osseointegração
Fibrointegração
Angiogênese
Resposta de Corpo Estranho

Como Citar

Moura, J. V. F. ., Nascimento, M., de Souza, B. M. ., & Posch, A. T. . (2022). O PROCESSO DE ANGIOGENESE E INTEGRAÇÃO EM IMPLANTES OSSEOINTEGRÁVEIS DE TITÂNIO. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, 4(3), 18–32. https://doi.org/10.36557/2674-8169.2022v4n3p18-32

Resumo

A osseointegração é o processo de ancoragem do tecido ósseo em um implante, em que ocorre suporte de cargas funcionais durante o exercício da sua função. O resultado positivo sobre os implantes, ao longo dos anos, está relacionado, principalmente, as suas propriedades e possível biocompatibilidade dos biomateriais empregados, que são amplamente explorados na Odontologia. Mediante ao exposto, o presente trabalho tem como objetivo abordar a interação entre células e implantes osseointegráveis, destacando as possíveis respostas do hospedeiro e os fatores que influenciam no estabelecimento da osseointegração. Foi utilizada como metodologia a revisão bibliográfica narrativa aplicada nas plataformas Scielo, MEDLINE (PubMed) e Google Acadêmico, sem restrição de idiomas, nos últimos 20 anos. Foram selecionados os artigos que responderam à pergunta desse trabalho, sendo excluídos os artigos repetidos. A nível tecidual, se desencadeia uma cascata de eventos imunológicos e biológicos, que terá origem na formação do coágulo sanguíneo e subsequente formação de novos vasos (angiogênese), e por meio deles células osteogênicas ocorre o recrutamento e migração para a superfície do implante, na qual será secretado matriz extracelular e processos de formação e adesão óssea, caracterizando o processo de osseointegração propriamente dito. Em contrapartida, também pode ocorrer uma resposta de corpo estranho, chamado de fibrointegração. Essa resposta é caracterizada pela formação inicial de uma matriz provisória na superfície do biomaterial, seguida de um estágio de inflamação aguda e depois crônica, formação de células gigantes de corpo estranho, e resultando no desenvolvimento de uma cápsula colagenosa fibrótica. Assim, pode-se constatar que o entendimento sobre a diferença entre os processos de osseointegração e fibrointegração é relevante para a prática clínica dos cirurgiões-dentistas, visto que tais conhecimentos permitem o identificar a presença ou não de osseointegração, contribuindo para a aumento da taxa de sucesso dos implantes dentários utilizados em odontologia.

https://doi.org/10.36557/2674-8169.2022v4n3p18-32
PDF

Referências

Nascimento M. Interação Célula-Proteína-Implante no Processo de Osseointegração. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences. 2022, v. 4, Issue 2, 44-59. DOI: 10.36557/2674-8169.2022v4n2p44-59

Elias CN, Meirelles L. Improving osseointegration of dental implants. Expert review of medical devices. 2010 v. 7, n. 2, p. 241–256.

Mendes VC, Davies JE. Uma nova perspectiva sobre a biologia da osseointegração. Revista da Associacao Paulista de Cirurgioes Dentistas. 2016; v. 70, n. 2, p. 166-171, 2016.

Bothe RT, Beaton LE, Davenport HA. Reaction of bone to multiple metallic implants. Surg Gynecol Obstet. 1940; 71 (6) (1940), pp. 598-602.

Leventhal GS. Titanium, a metal for surgery. J Bone Joint Surg Am. 1951; 33-A, pp. 473-474

Coelho PG, Jimbo R, Tovar N, Bonfante EA. Osseointegration: hierarchical designing encompassing the macrometer, micrometer, and nanometer length scales. Dent Mater. 2015 Jan;31(1):37-52. doi: 10.1016/j.dental.2014.10.007. Epub 2014 Nov 25. PMID: 25467952.

Brånemark PI. Osseointegration and its experimental background. J Prosthet Dent. 1983;50(3):399–410.

Nascimento M. The Oral Microbiota Influences in the Osseointegration Process. Open Access J Dent Oral Surg 2. 2021.

Rauber S. Osseodensificação em Implantes Dentários: Uma Revisão de Literatura. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences. 2019, v. 1, n. 4, p. 55-68.

Parithimarkalaignan S, Padmanabhan TV. Osseointegration: an update. The Journal of Indian Prosthodontic Society. 2013; v. 13, n. 1, p. 2-6.

Brito TO, Nascimento M, Rocha AML, Nattrodt ARA, Marques AA, Netto MCB, Lima MPS, Souza BM, Morales LMM, Elias CN. A influência da rugosidade nos mecanismos da osseointegração de implantes: uma revisão de literatura. Odontologia: pesquisa e práticas contemporâneas - Volume 2. 2ed.: Editora Científica Digital, 2021, v. 2, p. 40-58.

Abdulghani S, Mitchell GR. Biomaterials for In Situ Tissue Regeneration: A Review.Biomoléculas. 2019 nov; 9 (11): 750. doi: 10.3390/biom9110750

Leite GB, Fonseca YR, Gomes AB, Elias CN. Relação entre os parâmetros de rugosidade 3D e a molhabilidade do titânio com grãos micrométricos e sub-micrométricos. Matéria (Rio J.). 2020, v. 25,n. 2, e-12655. doi: 10.1590/s1517-707620200002.1055.

Barberi J, Spriano S. Titanium and protein adsorption: An overview of mechanisms and effects of surface features. Materials. 2021; v. 14, n. 7, p. 1590.

Klopfleisch R, Jung F. The pathology of the foreign body reaction against biomaterials. Journal of biomedical materials research Part A, v. 105, n. 3, p. 927-940, 2017.

Grillo TA, Miranda RC. Os novos anticoagulantes orais na prática clínica. Rev Med Minas Gerais. 2014 v. 24, p. 87-95.

Katzung BG, Masters SB, Trevor AJ. Farmacologia Básica e Clínica. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

Silva P. Farmacologia. 8. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010

Rezende SM. Distúrbios da hemostasia: doenças hemorrágicas/Disorders of homeostasis: bleeding disorders. Rev. méd. Minas Gerais. 2010; 20(4), out.-dez.

Chaves GD. Avaliações Imunogenéticas do Desenvolvimento de Anticorpos Inibidores do Fator VIII na Hemofilia A. 2010. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-8A5PSB/1/tese_daniel_chaves.pdf

Levorato, A., Bondezan, M., Fumegali, N., & Costa, M. (2019). Fatores de crescimento: um novo conceito no reparo tecidual. Revista Terra & Cultura: Cadernos De Ensino E Pesquisa, 34(esp.), 171-182. Recuperado de http://periodicos.unifil.br/index.php/Revistateste/article/view/1016

Arnaout MA, Goodman SL, Xiong JP. Structure and mechanics of integrin-based cell adhesion. Current Opinion in Cell Biology. 2007;19, 495-507

Takahashi A, Takahashi S, Tsujino T, Isobe K, Watanabe T, Kitamura Y, Watanabe T, Nakata K, Kawase T. Platelet adhesion on commercially pure titanium plates in vitro I: effects of plasma components and involvement of the von Willebrand factor and fibronectin. Int J Implant Dent. 2019 Feb 25;5(1):5. doi: 10.1186/s40729-019-0160-z. PMID: 30799507; PMCID: PMC6387980.

Nguyen DT, Orgill DP & Murphy GF. Biomaterials For Treating Skin Loss. Chapter 4: The Pathophysiologic Basis for Wound Healing and Cutaneous Regeneration. 2009 25–27. Boca Raton/ Cambridge: CRC Press (US) & Woodhead Pub- lishing (UK/Europe).

Terheyden, Hendrik, et al. "Osseointegration–communication of cells." Clinical oral implants research. 2012 23.10, 1127-1135.

Stadelmann WK, Digenis AG & Tobin GR. Physiology and healing dynamics of chronic cutaneous wounds. American Journal of Surgery. 1998 176: 26S–38S.

Midwood KS, Williams LV & Schwarzbauer JE. Tissue repair and the dynamics of the extracellular matrix. International Journal of Bio- chemistry and Celullar Biology. 2004 36: 1031–1037.

Schultz GS & Wysocki A. Interactions between extracellular matrix and growth factors in wound healing. Wound Repair and Regeneration. 2009 17: 153–162.

Biomaterials, Implants, Dentistry, Osseointegration, Fibrointegration, Angiogenesis, Foreign body response.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 João Victor França Moura, Marvin Nascimento, Bruno Martins de Souza, Aline Tany Posch