Revisão da literatura sobre o uso da cannabis medicinal no tratamento da epilepsia

Resumo

A epilepsia, doença que afeta aproximadamente 1% da população global, é um distúrbio cerebral complexo com múltiplos fatores de risco e predisposição genética. O diagnóstico depende de uma história clínica detalhada e testemunhos confiáveis, atrelado ao uso de neuroimagem para identificação de possíveis etiologias. Cerca de um terço dos pacientes enfrenta refratariedade aos medicamentos anticonvulsivantes existentes. Diante disso, a cannabis medicinal, especialmente o canabidiol (CBD), tem sido explorada devido às suas propriedades terapêuticas, com destaque para sua eficácia anticonvulsivante e perfil de segurança favorável. O interesse crescente na utilização de canabinóides medicinais, incluindo em crianças com epilepsia refratária, levanta preocupações sobre a falta de dados de longo prazo sobre segurança e eficácia. O estudo em questão realiza uma revisão integrativa da literatura recente, destacando a complexidade do cenário de pesquisa, a falta de consenso sobre a eficácia dos canabinóides e a necessidade urgente de estudos mais robustos e controlados. Diferentes estudos apresentam conclusões divergentes sobre a eficácia do CBD e de outros compostos da cannabis no tratamento da epilepsia, evidenciando a necessidade de uma abordagem cautelosa e de pesquisas mais aprofundadas para orientar decisões clínicas e políticas de saúde pública.